A Polícia Federal, com um contingente de 300 homens, realizou hoje pela manhã no Rio de Janeiro, a "Operação Furacão", com o objetivo de prender envolvidos na lavagem de dinheiro por meio de controladores de jogos como bingos e caça-níqueis. A notícia seria um fato normal se
entre os presos não estivessem o vice-presidente do Tribunal Regional Federal, desembargador José Eduardo Carreira Alvim (foto ao lado) e outros integrantes do Poder Judiciário, acusados de alguma forma de ter conexões com o esquema. Segundo informações estão sendo procurados outros juizes daquele tribunal, com mandados de prisão decretados. Juntos com os magistrados foram detidos alguns conhecidos contraventores como Anísio Abraão David, ex-presidente da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis, Capitão Guimarães, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, e Antônio Petrus Kalil, conhecido como Turcão, apontado pela polícia como um dos mais influentes bicheiros do Rio.A quadrilha vinha agindo faz bastante tempo e o esquema envolve milhões desviados da ilegalidade. São destacadas autoridades do poder Judiciário, corrompidas e participando do alto índice de marginalidade que pode envolver não somente dinheiro sujo, mas também tráfico de drogas e evasão de divisas, práticas normais no mundo da contravenção de seus comparsas.
Para que se tenha uma idéia da importância dos juizes marginais o desembargador José Eduardo Carreira Alvim, além de vice-presidente do Tribunal regional Federal do Rio de Janeiro, é professor de várias instituições de ensino superior e foi diretor geral da Escola de Magistratura Federal. O magistrado picareta vai além: é coordenador do Curso de Mestrado da Universidade Iguaçu e autor de vários livros de direito.
É mais uma ação a se registrar nos anais da Policia Federal que tem contribuído decisivamente para uma faxina na estrutura da Administração Pública brasileira. Com investigações competentes, inquéritos robustos de provas e alto teor de profissionalismo. Uma policia que mesmo sem receber a atenção merecida por parte do governo, trabalha incansavelmente para mudar a cara, o corpo e alma do Brasil. Registre-se que, junto com o Ministério Público, são as instituições que mais têm contribuído para essa assepsia que a sociedade está cobrando.
Os tentáculos investigativos da Policia Federal têm alcançado esferas nunca dantes imaginadas. O crime de corrupção, muito embora ainda praticado em alta escala, deixou de ser prerrogativa apenas dos pequenos , atingindo figuras expressivas da vida pública e também da marginalidade institucional. Ai estão os exemplos de Paulo Maluf, Celso Pitta, senadores, deputados, prefeitos, ministros e muitos outros.É lamentável que o poder Judiciário não tenha correspondido a essa demanda, deixando de condenar, ou “inocentando” grande parte desses processados.A PF tem feito a sua parte, sem interferência política e buscando resultados. Cabe aos demais o exemplo de eficiência.
Ainda é preciso muito a ser feito para o saneamento completo da vida pública brasileira. O maior entrave está no Congresso Nacional, onde se precisaria aprovar leis mais severas, normas de conduta e códigos de vergonha. Mas, fazer o que se grande parte dos que aprovariam estas leis ai está envolvida com o crime, a corrupção e a mafiosidade explicita?
O Brasil estaria mudando? Entendo que não podemos voltar atrás e fazermos um novo começo, mas tenho a convicção de que tudo pode ser começado agora, em busca de um novo fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário