8 de abr. de 2007

Rosinha Radical

Por Giulio Sanmartini
A primeira matéria que enviei para Prosa & Política, que na época chamava-se Argumento & Prosa (27/10/2004 – clique em Texto Completo), tratava sobre o desvairo dos eleitores do Rio de Janeiro em eleger Rosinha Matheus no primeiro, que era com efeito uma mostra não gostar do próprio estado.
Antony Garotinho e sua mulher Rosinha, representaram a pior parte do Brizolismo, já ruim por natureza, que se abateu no Rio de Janeiro em 1982. Agora só ele continua com a política, ela sob a orientação de Marlene Matos (ex Xuxa), vai ter seu programa de televisão, “Simplesmente Rosinha”, que deve ter estreado ontem ba Band.

Rosinha fará tudo, rafting em Três Rios e andará de motocicleta, algo que parece que não condiz muito com sua figura, parece uma coisa tão inusitada como um elefante bêbado dançando balé numa loja de louças.
O lado positivo e que Rosinha diz que deixará definitivamente a política, caso isso seja verdade o Estado do Rio penhoradamente agradece.



27/10/2004

NÃO GOSTAM DO PRÓPRIO ESTADO
A falta de compostura do casal Garotinho nessas eleições municipais, me fizeram lembrar do Rio de Janeiro antigo. Apesar de ter morado em várias cidades de vários estados nos 50 anos que vivi no Brasil, Rio de Janeiro sempre foi meu Norte, a cidade referência.
Na minha infância e adolescência era a capital da República, a cidade maior e mais importante do país. Era administrada por um prefeitos nomeados pelo presidente, na maioria dos casos simples políticos sem a competência necessária, que faziam do cargo uma forma de eleger seus correligionários e de enriquecimento ilícito. Há o caso emblemático de um prefeito que ao ser perguntado como conseguira sua riqueza, não teve pejo em responder: - No jogo de pocker.
Em abril de 1960 foi feita a transferência da capital para Brasília e o antigo Distrito Federal passou a ser Estado da Guanabara, tendo tomado posse seu primeiro governador eleito, Carlos Lacerda no dia 5 de dezembro do mesmo ano.
A situação da cidade tinha algumas particularidades a que os cariocas já haviam se acostumado. Na nobre zonal sul, quase não existia água corrente, esta entra poucas horas por dia, quando eram enchidos baldes, panelas, banheiras, banho só de cuia. O ensino primário era de boa qualidade, mas as escolas eram poucas e para matricular seus filhos os país viam-se obrigados a passar, muitas vezes, dois dias nas filas. O trânsito nos momentos de ponta era caótico, existiam muitos cruzamentos com sinais luminosos e poucos viadutos, levava-se horas para vencer poucos quilômetros.
Estes foram os pontos atacadas pelo novo governo, com a construção da adutora do Guandu, garantiu-se água até o ano 2000 (continua até hoje), no ensino foram construídas escolas e, pela primeira vez na história o Brasil, o pai que não mandasse seus filhos estudar era processado judicialmente. Foram alargadas e asfaltadas ruas, construídos um grande número de viadutos. No plano social, um programa de remoção e urbanização de favelas. Criação de parques industriais para aumentar a oferta de empregos.
Todavia Lacerda não conseguiu eleger seu sucessor e tudo parou ou passou a andar bem devagar. Durante o regime militar, os governadores era eleitos indiretamente, veio a fusão do Estado do Rio com o Estado da Guanabara, o comando passou a Chagas Freitas, a expressão máxima do clientelismo.
Tudo ia mal, havia um consolo, não poderia piorar, ledo engano. Em 1982, com o retorno das eleições diretas para governador, os fluminenses elegeram Leonel Brizola. Discutir sua posição política, seus planos de governo, seus acertos e erros seria um tema enfadonho e inconclusivo. Todavia, Brizola, foi o ponto de partida para a degradação em que o estado se encontra hoje. Primeiramente na área de segurança, associando-se, para ser eleito, ao crime organizado, os policiais foram proibidos de entrar nas favelas e inacreditável, Brizola como governador declarou de público que não precisava pagar bem aos policiais, pois todos eram corruptos. Esse princípio espalhou-se pelas polícias de outros estados como uma mancha de óleo. Outro fator de degradação de estado foi o estimulo a favelização e ao lumpezinato.
Neste últimos mais de 20 anos, o Rio estado e cidade, está dominado pelo brizolismo, com um hiato Moreira Franco, de triste lembrança. Não interessa que Cesar Maia e Marcelo Alencar tenham brigado com o chefão e mudado de partido, continua neles o espirito do brizolismo. Contudo a pior cria do caudilho foi sem dúvida Anthony Garotinho, uma mistura de demagogia, messianismo, irresponsabilidade, amoralidade e falta de ética. Fez um governo catastrófico, mas conseguiu eleger como substituta, no primeiro turno, sua mulher, dona Rosinha, que tem todos os defeitos do marido, mas o supera em incompetência e grossura.
Decididamente os eleitores do Rio de Janeiro não gostam de seu estado.

2 comentários:

CAntonio disse...

Já vai tarde......Quando será que aquelas pobres crianças deixarão de ser peças publicitárias??

Feliz Páscoa a todos!

SDS

Anônimo disse...

Giulio, quem você elogia na política brasileira? Quem você defende?
Você pode nao gostar de Brizola, mas respeite seu passado. Brizola foi o homem mais corajoso da história da política brasileira