2 de out. de 2007

São todos uns frouxos

Por Chico Bruno

O show de cinismo na política brasileira aumenta de tom a cada dia. Ver aquelas excelências, com diz a Lucia Hippolito, discursando nas tribunas do Congresso Nacional é um espetáculo lastimável. A ponto de uma excelência afirmar sem nenhum prurido que “esse mundo de partidos é um balcão de negócios, é uma prostituição”.
Existem algumas exceções, mas a grande maioria está ali como personagens do mundo do faz de conta da política. No Senado, um grupo de parlamentares repisa há mais de três meses a cantilena de que o presidente, encalacrado em denúncias, deve renunciar, mas não tomam nenhuma atitude mais drástica para que isso aconteça.
Nas sessões presididas pelo indigitado alagoano continuam a chamá-lo de presidente. Que tal ignorá-lo. Não dirigir-lhe a palavra ou no mínimo chamá-lo apenas de Renan.
Ou então constrangê-lo, com um discurso duro cobrando-lhe olho no olho pelos mal-feitos. Que tal um sai daí Renan, você não tem estatura moral para continuar sentado nesta cadeira.
Mas nada disso acontece. Continuam todos encenando o faz de conta em nome dos bons modos ou então são todos uns frouxos.
O espetáculo é de quinta. A ponto de um Quintanilha da vida escolher um Almeida qualquer para relatar mais dois processos contra Renan, logo o Almeidinha que fez e faz todo este jogo sujo em troca da presidência do diretório municipal do PMDB e, ainda, diz na maior cara de pau que ninguém tem tanta estatura moral no Senado como ele.
Almeidinha, que faria sucesso no Zorra Total, vai relatar o processo onde Renan é acusado de ter usado "laranjas" para a compra em sociedade com o usineiro João Lyra de um jornal e de duas emissoras de rádio em Alagoas.
Como escreveu o Noblat: “Estão debochando da nossa cara. Debochando de vez. Debochando bonito. Desprezaram as aparências. Virou um escracho.”
O consolo foi ver Bebel desmoralizando o Congresso Nacional em uma fictícia CPI dos Biocombustíveis, que teria tudo para se tornar realidade, se este fosse um país sério.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adriana, deixo aqui o meu protesto. A comparação do Congresso com a prostituição foi de péssimo gosto. Absolutamente impróprio e injusto. Entre as duas atividades, o abismo moral é imenso. O autor, parlamentar, claro, quer se valer da prostituição para elevar o conceito do Congresso, como se isso fosse possível. jayme guedes

Unknown disse...

É igual o senador Romeu Tuma,ele toda vez diz:" A situação do Renam esta complicada a situação do presidente esta delicada,mas no fundo no fundo esta louco para votar a favor do Renan