
Quem é o maior assassino da nossa (Brasil) história? É favas contadas que o Estado. Mas adianta? Com o nível do nosso debate e aproveitamento acintoso? Certamente que não. Mas por que insistir nisso? Por que me falta vocação capachista e principalmente de hipócrita, coisa tão comum aqui entre nós.
Mas por que o Estado é o nosso maior assassino? A banalidade do mal, como diria Hannah Arendt, não nos deixa ver. Mas basta falar das nossas estradas, da nossa saúde e (Jesus!) da nossa segurança. Se tivéssemos estradas boas, asfaltadas, drenadas, reduziríamos em muito os acidentes. Mas aqui mesmo em Natal, no chamado centro urbano, foi feito recapiamento, jogaram tintas de asfaltos, isso recentemente. Já está tomada de buracos. É possível isso? Como é possível esse país suportar tudo isso? Na Europa é assim? Claro que não. Ou então, entre num hospital público. É de fazer chorar. Milhares e milhares de mortos diários, por omissão, descaso, leviandade, etc, etc, etc. E a segurança? Ou a falta dela?
O Estado é o maior assassino. Mas nenhum deles, os responsáveis por isso, vão presos. Adianta insistir nisso. E muitos defendendo isso, e se dizendo religiosos. Deve ser para aplacar o sentimento de culpa, embora aceitando tudo isso, embora pecando. Se o Estado fizesse o saneamento e o tratamento de águas, muitos não seriam mortos. Mas para onde vai o dinheiro público. Tai Lula com a popularidade em alta. Como explicar esse país, a não ser apelando para a nossa formação, já falado por gente como Sergio Buarque de Hollanda em “Raízes do Brasil”. O próprio Luiz da Câmara Cascudo também, se lido direitinho. O problema é esse “lido direitinho”.
Também aqui em Natal temos um exemplo recente e perfeito: não se fez ou faz o saneamento de água e esgotos, mas tenta-se impedir através de um “novo” Plano Diretor que se construa. Claro, a raiz é essa que estou falando da nossa formação: uma raiz anticapitalista. Não importa que digam o contrário, que tentem dizer “nesse assunto eu sou contra, noutro sou a favor”, porque a raiz é anticapitalista. Eu sei do que falo. Tudo o mais é bobagem. Imagine se a Europa (estou citando a Europa para não melindrar os antiamericanos) fizesse isso? Impossível. Somos anticivilização, anticapitalista e anticientífico. Somos estatizantes. Estatizantes e sem cobrar nada do Estado. Um amigo meu que morou na França me disse recentemente que o retorno é 100%. Ou seja, o imposto que se paga tem retorno na saúde, estradas, segurança. Eu falei 100%. Adianta? Mas aqui protegemos nossas “autoridades”.
Aqui agora temos os “ambientalistas”, um resquício claro do marxismo extinto. Eles dizem que não, mas eles não sabem o que dizem, são anticapitalista e sequer sabem do que Marx escreveu. Marx acreditava em ciência, primeira questão. A “sua” ciência bem entendida, mas acreditava. Achou cientificamente que em sociedades em que vigorasse a propriedade privada, era inevitável a ascensão do socialismo. Inevitável. Marx era um evolucionista. Para ele a humanidade progrederia até a etapa final e inevitável do socialismo, passando pelo comunismo primitivo, escravocrata, feudalismo, capitalismo e por fim, o socialismo, com a extinção do Estado porque não existiria mais a diferença de classe. Como o marxismo morreu, os ambientalistas assumiram seu posto.
Marxismo, mentalidade medieval católica, e ambientalismo. Todos contra a modernidade (menos teoricamente o marxismo, e isso até uma certa etapa). Uma das maiores revoluções da humanidade foi a passagem do período paleolítico (lítico=pedra, paleo=antigo) para o neolítico. No paleolítico o homem era apenas coletor de alimentos. No neolítico ele passou a produtor de alimentos, passando ao comercio. O que isso tem a ver com o Estado? Nada. O Estado é o atraso. Mas não aqui. E é sabido por todos os antropólogos que os silvícolas, os índios jamais chegaram ao estágio neolítico. O nosso próprio Câmara Cascudo disse que a invenção dos índios foi a rede, para dormir. Em nosso país onde estamos? Respondam. Mas vamos defender o mato, e o verde. Como disse, somos anticivilização, não importam o que digam. Sequer entendemos o que seja civilização. Adoramos o oba-oba, a magia, o vodu, o nada fazer. E civilização é trabalho, é saneamento, poupança, economia, é democracia. Falam em violência moderna. E a violência dos antigos? E a violência religiosa da humanidade (e ainda falam em compaixão)? E os sacrifícios religiosos? Mas adianta? E nos países civilizados a segurança funciona. E aqui? E no Rio de Janeiro?
Mas foi James Frazer em sua monumental obra “O ramo de ouro” (ou em algumas traduções “O galho de ouro”) que sustentou a tese (até hoje indefensável) de uma cumplicidade especial entre a essência da religião e o ato sacrificial. Mesmo Malinowski falando em “funcionalidade ou funcionalismo” antropológico não conseguiu desmentir Frazer.
O grande antropólogo inglês construiu sua tese a partir de dados mitológicos da antiguidade, da sacerdotisa Sibila, do livro “Eneida” de Virgilio, etc, mostrando que a “realidade” se mistura com desejos. A modernidade veio por abaixo tudo isso. Mas nada disso importa, entre nós. A nossa raiz é católica com sua imutabilidade, afinal, os animais são os mesmos eternamente, a terra é imóvel, e homem não progride. Mesmo com Galileu e Copérnico mostrando o contrário (sem puder falar por causa da ditadura da Igreja católica), através da ciência, nada disso importa. É literalmente letra morta. A ciência deve ser coisa do demo, cruz credo. É esse o nosso mundo, manipulado pelos nossos sacerdotes modernos e a malta fazendo a dança da chuva. E quem são os maiores assassinos da nossa história? Como mudar tudo isso? Como?
laurencebleite@zipmail.com.br
Aqui agora temos os “ambientalistas”, um resquício claro do marxismo extinto. Eles dizem que não, mas eles não sabem o que dizem, são anticapitalista e sequer sabem do que Marx escreveu. Marx acreditava em ciência, primeira questão. A “sua” ciência bem entendida, mas acreditava. Achou cientificamente que em sociedades em que vigorasse a propriedade privada, era inevitável a ascensão do socialismo. Inevitável. Marx era um evolucionista. Para ele a humanidade progrederia até a etapa final e inevitável do socialismo, passando pelo comunismo primitivo, escravocrata, feudalismo, capitalismo e por fim, o socialismo, com a extinção do Estado porque não existiria mais a diferença de classe. Como o marxismo morreu, os ambientalistas assumiram seu posto.
Marxismo, mentalidade medieval católica, e ambientalismo. Todos contra a modernidade (menos teoricamente o marxismo, e isso até uma certa etapa). Uma das maiores revoluções da humanidade foi a passagem do período paleolítico (lítico=pedra, paleo=antigo) para o neolítico. No paleolítico o homem era apenas coletor de alimentos. No neolítico ele passou a produtor de alimentos, passando ao comercio. O que isso tem a ver com o Estado? Nada. O Estado é o atraso. Mas não aqui. E é sabido por todos os antropólogos que os silvícolas, os índios jamais chegaram ao estágio neolítico. O nosso próprio Câmara Cascudo disse que a invenção dos índios foi a rede, para dormir. Em nosso país onde estamos? Respondam. Mas vamos defender o mato, e o verde. Como disse, somos anticivilização, não importam o que digam. Sequer entendemos o que seja civilização. Adoramos o oba-oba, a magia, o vodu, o nada fazer. E civilização é trabalho, é saneamento, poupança, economia, é democracia. Falam em violência moderna. E a violência dos antigos? E a violência religiosa da humanidade (e ainda falam em compaixão)? E os sacrifícios religiosos? Mas adianta? E nos países civilizados a segurança funciona. E aqui? E no Rio de Janeiro?
Mas foi James Frazer em sua monumental obra “O ramo de ouro” (ou em algumas traduções “O galho de ouro”) que sustentou a tese (até hoje indefensável) de uma cumplicidade especial entre a essência da religião e o ato sacrificial. Mesmo Malinowski falando em “funcionalidade ou funcionalismo” antropológico não conseguiu desmentir Frazer.
O grande antropólogo inglês construiu sua tese a partir de dados mitológicos da antiguidade, da sacerdotisa Sibila, do livro “Eneida” de Virgilio, etc, mostrando que a “realidade” se mistura com desejos. A modernidade veio por abaixo tudo isso. Mas nada disso importa, entre nós. A nossa raiz é católica com sua imutabilidade, afinal, os animais são os mesmos eternamente, a terra é imóvel, e homem não progride. Mesmo com Galileu e Copérnico mostrando o contrário (sem puder falar por causa da ditadura da Igreja católica), através da ciência, nada disso importa. É literalmente letra morta. A ciência deve ser coisa do demo, cruz credo. É esse o nosso mundo, manipulado pelos nossos sacerdotes modernos e a malta fazendo a dança da chuva. E quem são os maiores assassinos da nossa história? Como mudar tudo isso? Como?
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