24 de mai. de 2007

Desabafo e Desesperança

O jovem Hélio Schwartsman (41), é filósofo, escritor e editorialista da Folha de São Paulo, onde escreve todas as quintas-feiras.
Normalmente não trata de política nacional, mas a gravidade do escândalo revelado pela “Operação Navalha”, fez com que hoje ele escrevesse “No fio da navalha”. Como se pode ler no parágrafo abaixo, é um desabafo de sua indignação e desesperança. (G.S.)
“A desfaçatez com que o esquema operava é típica de grupos que se sentem ao abrigo da lei. Eu julgara já ter visto quase tudo em matéria de corrupção: fraude em processos licitatórios, aditamentos suspeitos, superfaturamento e até obras fictícias, que jamais saíam do papel, mas eram integralmente pagas, proporcionando um "lucro" de 100% para seus "engenheiros". Essa quadrilha, entretanto, conforme relata a Polícia Federal, conseguiu ir além, ao "realizar" empreendimentos-fantasma em cidades que não existiam. Essa eu só tinha visto em piadas, cuja graça residia naquilo que se supunha ser uma inverossimilhança absoluta. As atividades desse sindicato do crime não conspiram apenas contra as burras públicas, mas, ao estragar o que era uma boa anedota, também contra o humor, o que é um crime imperdoável”.

Leia a matéria na Folha de São Paulo online

Um comentário:

Anônimo disse...

Flores inflamáveis: ajude a espalhar
Enquanto a grande imprensa destaca que os alunos amotinados na USP estão fabricando flores de papel crepom para receber a polícia, Reinaldo Azevedo , que está fazendo uma cobertura intensa desde o primeiro dia da ocupação, afirma que há gasolina estocada na reitoria.

Sim, vocês leram direito: há gasolina estocada entre os estudantes que ocupam a reitoria da USP - e que devem enfrentar uma ação policial, por ordem da justiça, nas próximas horas. Os detalhes estão lá no blog do Reinaldo. E,embora ele não revele a fonte, é sério o suficiente para merecer crédito.

Talvez, como sugere o Reinaldo, o pessoal das flores de crepom não saiba da gasolina - os movimentos sociais são prenhes de inocentes úteis; são eles que costumam ser colocados na linha de frente para apanhar, enquanto aqueles que os incitam ficam na retaguarda. Então, talvez eles não saibam da gasolina. Mas uma coisa é certa: é preciso que a opinião pública saiba.

Primeiro porque nenhuma boa intenção pode justificar o estoque de combustível em tais condições. Depois, porque é preciso conhecer integralmente a situação que a polícia vai enfrentar ao entrar lá. Como o Reinaldo vem alertando há horas, na primeira biaba que um estudante destes tomar da polícia, farão um escândalo. Os organizadores da coisa querem hematomas para exibir - e é provável que alguns deles queiram também cadáveres.

Portanto, para que nos próximos dias seja preservada a versão integral dos fatos, espalhe por aí: há gasolina estocada na Reitoria da USP.