24 de mai. de 2007

Navalha ou Garfo?

Por Plínio Zabeu

A Polícia Federal vem trabalhando muito ultimamente. Suas operações têm surpreendido muita gente, principalmente àqueles que sempre se julgaram a salvo de quaisquer complicações quando de suas atividades ilícitas, melhor dizendo, criminosas.
Pouco os policiais podem conseguir já que depende da Justiça a conclusão de seu trabalho. Prendem 50, mas ficam 10. Tudo baseado em direitos comprovados ou liminares. Nesta última operação – chamada Navalha – muitos dos que foram detidos já estão soltos especialmente os que carregam sua condição de especiais ou foram eleitos exatamente para não serem presos.
Comprovada a malandragem e, não tendo outro meio de discurso defensivo, vem agora justamente o Ministro da Justiça “justificar” as propinas resultantes de corrupção deslavada, com o rótulo simples de “mimos”. Ora essa. Como o ministro considera o povo brasileiro? Idiota no mínimo. Para ele um presentinho de um carro de 100 mil, ou uma bolsa com 120 mil ou ainda um político que é eleito governador declarando suas posses em 500 mil mostrando que deve 150 mil e termina o mandato com uma mansão de 4,5 milhões de reais é só um mimo. Coitadinho!
A corrupção é um mal endêmico no Brasil, crônico como sabemos. Mas nunca como nos tempos atuais. E isso porque os principais crimes têm sido avaliados por CPI(s), cujos finais todos nós sabemos e lamentamos. Ora. Deputado não foi feito para cassar deputado. Daí as absolvições de mensaleiros, sanguessugas, amigos de ministro e sujeira em cima de sujeira. E a maioria volta consagrada pelos votos dos eleitores mal informados ou vendedores de consciência.
Já com a Polícia tudo parece se tornar mais difícil. Os policiais federais não costumam ser enganados. Mal ou bem, alguns afinal terão que ser punidos. Não todos, é claro, afinal existem posses para contratar bons defensores.
Desta vez, como um ministro já caiu depois das denúncias, começam os políticos a colocarem as “barbas de molho”. “Vai que sobra alguma coisa pra gente!!!”.
Então notamos agora, tanto na Câmara Federal, como no Senado, uma pressa incrível de todos assinarem para constituírem uma CPI para substituir os policiais. Claro. Eles sabem que, neste caso, ninguém vai mesmo ser punido.
Talvez sobre para a PF concluir e mandar para a cadeia alguns criados de lobistas, ou então algum Francenildo que se descuide da sua pobre língua.
Então sai a PF e fica a CPI . Para o povo só o tempero: calabresa ou mussarela?
pzabeu@uol.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Qual a diferença de um mimo de 100 mil reais (carro),e um mimo de 80 reais(gravata)?

Eu penso que não há diferenças, os dois mimos, como fala o Ministro do Justiça (meu Deus!), servem para agradar e agradecer um favor recebido ou à receber. Em outras palavras: É CORRUPÇÃO.

Anônimo disse...

Eaqueçi de colocar minhas inicias no comentário sobra a diferenças de mimos.

Atenciosamente,
L.A.S.