Por Fabiana Sanmartini
Eu já falei mais de uma vez aqui em P&P, que a impunidade é o que dá força a violência e ao crime. Vejamos, crianças são aqueles que têm até em torno 10 anos, daí passam à terrível pré - adolescência, adolescência, juventude a adultos. A lei, que nunca se faz cumprir por aqui, diz que aos 18 anos um cidadão já é capaz de responder por seus atos, alias, aos 16 já pode até ajudar na escolha dos dirigentes do país.
É verdade que para nós pais, ficam sempre a sensação de que os filhos jamais crescem. Mas crescem. E é bem cedo que, apesar do amor, ficam claros os desvios de caráter.
Estou começando assim suavemente para não ser tão incisiva em um caso que se repete sistematicamente. A violência sofrida pela doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto, de 32 anos (foto) através dos já não menores, Rubens Arruda Bruno, 19, Felippe de Macedo Nery Neto, 20, Júlio Junqueira, 21, Rodrigo Bassalo, 21, e Leonardo de Andrade, 19, não começou naquela madrugada. Eles já deviam dar sinal de que algo ia mal, muito mal. A declaração do pai de Rubens, de que esses delinqüentes não deveriam ser presos pois são crianças, deixa claro o porquê de tamanha atrocidade. E, queiram me desculpar os pais e mães, somos sim responsáveis pelos adultos que nossos filhos se tornaram. É com o que vêem e ouvem em casa, com o descaso dado aos pequenos erros quando ainda eram crianças que vem a certeza de que não serão punidos quando adultos. No país da impunidade, quem acha que vai ser punido por qualquer coisa que seja? É comum a frase “todo brasileiro, réu primário tem direito a matar alguém”, em tom de brincadeira, em rodas de amigos.
O que foi feito dos maiores-menores que atearam fogo no índio na capital do país? Prestaram serviços a comunidade? E volto a lembrar o menino João Hélio, os assassinos regulavam idade com os que espancaram e roubaram à doméstica. Não vamos esquecer-nos das brigas em boites da zona sul. Não vamos colocar a culpa no esporte, no caso o jiu-jitsu, afinal, quem treina não briga, esta é uma máxima dita exaustivamente nas academias sérias.
Não justifica dizer que achavam que era um mendigo, no caso do índio, ou que era uma prostituta, no caso de Sirlei.
Qualquer avaliação psicológica vai mostrar o que já desconfiamos. Porque espancar uma prostituta? Se ela está em horário de trabalho... Ao trabalho! Vale lembrar que se de fato fosse uma prostituta, eles não teriam obtido tamanho sucesso, estas sabem como lidar com marginais e colocá-los em seu devido lugar. Se estavam chegando por volta das 4 da manhã, porque não estavam com suas namoradas, dançando tomando uma cerveja? Ou eles engrossam as estatísticas dos que espancam mulheres porque na verdade procuram outro tipo de diversão? Esta diversão pode ser encontrada em qualquer esquina da Praça Paris, entre o Catete e a Glória, no Rio, são os travestis que teriam o maior prazer em torná-los mais calmos. Mas cuidado... nem pensem em levantar a mão, por menos que pareçam, são homens e quem vai levar os hematomas e alguns ossos quebrados serão os filhos de impunidade. Qualquer que seja a situação respeito é bom e todos gostam. Espero que pelo menos uma vez faça-se justiça e se for para dar 10 cestas básicas, por favor, que a lei cobre em dinheiro, porque o bolso é o único lugar que dói em pessoas deste tipo.
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