Por Giulio Sanmartini
O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), nos seus mais de 30 anos de política acumulou uma coleção de cargos. Começou em 1976 como deputado estadual pelo então Movimento Democrático Brasileiro, MDB-GO. Em 1980, juntamente com Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores PT, mas durou pouco essa aliança, assim Roriz foi para o PMDB onde está até agora. Em 1986 foi nomeado interventor na prefeitura de Goiana, dois anos depois por José Sarney foi nomeado governador do Distrito Federal. Em 1990 por pouco tempo foi ministro da Agricultura no governo Fernando Collor de Mello, pois saiu para ser candidato a eleição direta para o governo do Distrito Federal, eleito ficou até 1994.
Afastou-se um período da política, voltando ao governo da Capital 1999, derrotando o então governador candidato à reeleição Cristóvam Buarque. Roriz foi reeleito em 2002 ficando até 2006 quando foi candidato eleito aos senado.
Estava tranqüilo mas voltou à evidência por uma gravação telefônica do dia 13 março, onde ele com um ex presidente do Banco de Brasília, BRB Tarcísio Franklin de Moura combinam uma partilha de dinheiro num escritório em Brasília pertencente ao empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da companhia aérea Gol, dono da maior frota de ônibus do Brasil e de uma empresa que presta serviços para o governo do Distrito Federal. Mas aí a sujeira começa a querer se mostrar. Moura há duas semanas foi preso com outras 19 pessoas sob a acusação de participação no desvio de R$ 50 milhões do Banco de Brasília, o banco estatal do governo do Distrito Federal, ele seria um dos chefes dessa quadrilha, ainda mais ocupou a presidência do banco de 1999 a 2006, período em que Joaquim Roriz era governador do Distrito Federal.
O dinheiro envolvido nessa partilha de março monta a R$ 2.2 milhões, nada existe ainda de positivo. Ao que tudo indica, Roriz estaria servindo de boi de piranha para ajudar o colega de partido Renan Calheiros, que está atolado num mar de material fecal até a boca, como existem fortes possibilidades da coisa contra Roriz não dar em nada, puxaria a de Calheiros pelo mesmo caminho. Mas o tiro pode sair pela culatra, porque poderá obrigar Calheiros a ter que renunciar à presidência do Senado, porque ficará difícil a ele que está sendo investigado, presidir uma casa, que também estará investigando outro senado de seu partido.
Nesses dias fala-se muito da ética pessoal dos congressistas, mas não se fala na ética dos partidos. Tudo bem, mas que ética tem um partido que deixa ser candidato ao senado um Joaquim Roriz, que figura em mais de 60 processos, dos quais é réu em 28 e responde a um no Supremo Tribunal Federal por improbidade administrativa?
Um cidadão pode ter um processo acidental, dois por azar, mas de três para cima é banditismo. A folha corrida de Joaquim Roriz me faz lançar um candidato: Para Senador Fernandinho Beira-Mar.
Aonde vamos parar?
(*) Na foto Joaquim Roriz, na pose “Me dá um dinheiro aí”
Um comentário:
Pois é , caro Giulio, umas das minhas opiniões sobre a nossa tão almejada reforma política, é a de que todo candidato a qualquer cargo eletivo, não tivesse nenhum processo financeiro-administrativo, de ordem política.
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