31 de jul. de 2007

Lula tem duas orelhas

5 comentários:

Anônimo disse...

Bravo Adriana. Sou aqui do Rio e infelizmente não estava no maraca, mas só em saber que existe pessoas como vc para vaiar toda essa corja, na distante Cuiabá, nos dá esperança.
Seu blog já faz parte de minhas leituras.
Minhas homenagens.
Inaldoduprat@yahoo.com.br

Anônimo disse...

As razões dos descontentes


Mauro Santayana





Leia abaixo artigo publicado no Jornal do Brasil nesta sexta-feira (27):

A velha direita, que sempre muda de nome, mas nunca de nomes, está articulando uma campanha de rua contra o presidente da República. Lula não é o melhor governante de nossa História, como alguns de seus áulicos proclamam. Não é o mais sábio, nem o mais virtuoso. Escorrega na gramática, e às vezes tropeça na lógica. Comete gafes diplomáticas e, segundo alguns, usa linguagem vulgar no convívio com os auxiliares imediatos. Muitos se incomodam com o timbre de sua voz.

Escorregar na gramática e tropeçar na lógica não é exclusividade do ex-metalúrgico. Alguns presidentes norte-americanos se notabilizaram pelas gafes e pelos solecismos. Um dos best-sellers dos anos 70 foi o pequeno volume, que imitava o Livro Vermelho de Mao Tsé-tung, com a seleção de frases do presidente Lyndon Johnson. Algumas se destacaram, não só pela falta de sentido como pela gafe que carregavam. "Cada homem tem direito a um banho sábado à noite", era uma de suas máximas. Outra era a de que "ser presidente é como um burro debaixo de uma chuva de pedra. Não há nada a fazer senão permanecer ali e agüentar". Outra memorável: "Você já pensou que fazer um discurso sobre economia é como urinar pela perna abaixo? Você sente o calor, mas ninguém mais sente". Diante de tais exemplos, Lula não tem razões para o constrangimento.

Há duas coisas que explicam a histeria de certos círculos da oposição. Uma delas - a principal - é o êxito da política econômica. Os especialistas podem explicá-lo como resultado da conjuntura internacional, e os tucanos atribuí-lo ao neoliberalismo do seu período de governo. Nada disso importa ao pequeno empresário, que aumentou sua receita, nem ao trabalhador, que toma sua cerveja e vai ao jogo de futebol, sem que faltem aos filhos o pão e o leite, nem à sua mulher o vestido domingueiro. Barriga llena, corazón contento, já diziam os pícaros espanhóis.

Não só os trabalhadores empregados estão mais alegres. Satisfeitos também se encontram os grandes empresários nacionais, quando registram a entrada líquida e crescente de capitais externos, e se beneficiam da expansão do mercado mundial aos produtos brasileiros. Esse êxito incomoda e faz sofrer os arrogantes acadêmicos que demoliram o Estado nacional durante dois mandatos presidenciais.

Outro motivo é o preconceito das oligarquias contra o trabalhador nordestino. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso expressou-o, sans ambages, em programa de televisão, ao debitar uma falha qualquer do presidente da República à sua situação social: pobre, quando chega lá, dá nisso. Bush pode cometer todas as gafes, porque é de família da Nova Inglaterra e fala inglês. Os tucanos, que não são lá essas coisas em matéria de cultura, sabem usar o garfo de peixe e escolher o vinho tinto para o assado. Por isso se presumem superiores a todos nós, que não nos doutoramos em Harvard, nem somos convidados para proferir aulas de verão na Sorbonne.

Os conservadores lúcidos do antigo PFL - e cito, entre outros, o senador Marco Maciel - devem colocar seus radicais sob a canga da razão. O descontentamento de setores da classe média contra o governo não basta para mobilizar as famosas marchas da Família, com Deus e pela Liberdade de 1964, açuladas, naquele tempo, pelo padre Peyton, agitador subsidiado pelos norte-americanos.

O Brasil é outro, o mundo é outro. Os provocadores que se acautelem, vistam-se de negro, de azul, ou de vermelho. E que se resignem a seu destino os ladrões de colarinho branco que, isso, sim, pela primeira vez em nossa História, começam a conhecer as algemas e o xadrez.

Mauro Santayana é jornalista

Anônimo disse...

Adriana,


Tem uma foto no estadão que é mais esquisita ainda. Sim, sim...tudo indica que o sujeito não estava "muito bom", rsssssssss.
Tanto que soltou a pérola:
"Os que estão vaiando são os que mais deveriam estar aplaudindo. Foram os que ganharam muito dinheiro nesse País no meu governo. É só ver quanto ganharam os banqueiros os empresários."

Uia, não é que o cara confessou que quem ganhou MOOOOOOOOIYo no governo dele foram mesmo os banqueiros e empresários? hahahahaha Coitado do cara, devia estar muito, muito ruinzinho.

Adri: se dirigir, não beba. Se beber, não dirija.

Anônimo disse...

Os ovos estão gorando no ninho tucano, até o velho PFL, agora de nome trocado, começa a ser mais respeitado que as bicudas aves de rapina do patrimônio público.
Quem são os culpados? os próprios tucanos! que se afastam mais do povo e se agregam a pessoas do naipe de Dória Júnior, D'urso Renascer, etc. O que sabe Dória dos anseios populares? Juntam sua turminha de 6 gatos pingados e vão com seus cartazes reluzentes e limpos, pregados ao chão por estacas, uma vez que não gente sequer para segurá-los e pensam que o povo não decifra essas imagens.
Estava em uma padaria hj, na hora do JN, quando passou a imagem da "manifestação". Foi uma rizadaria só, quando alguém perguntou em voz alta: cadê o povo? é "manifestação fantasma?".
Os tucanos estão a cavar o próprio sepulcro, com a ajuda da Globo e da Veja.

Anônimo disse...

Adriana,

É impressionante como esses que se dizem jornalistas, mas subjugam sua liberdade intelectual a uma esquerda autoritária, são nada mais que porta-vozes do obscurantismo. Nada justifica, nada explica tamanha submissão ao petismo. Aliás, às vezes esqueço que alguns fazem de seus ideais um mero ganha-pão, e jogam-nos "ao sabor dos ventos".

O habitante dos grotões do país pode ser enganado por Lulla e seus asseclas: a ignorância, a falta de acesso à informação justificam o desconhecimento. Mas um cidadão que se diz jornalista, que tem acesso ao que está acontecendo: a roubalheira que grassa nas instituições federais, o aparelhamento na máquina estatal, a corrupção, a avalanche de escândalos, (nunca se roubou tanto nessepaiz), é imperdoável que escreva um texto como este.

Pra seu governo, Sr. Mauro Santayana, o FHC que o Sr. tacha de antinordestino, fez muito mais pelo Nordeste que Lulla. O metrô de Salvador e de Fortaleza, quase terminados no governo FHC e parados no de Lulla (infelizmente, Lulla não deu um tostão pra estas obras, embora tenha dado dinheiro do BNDES pro metrô da Venezuela e pra Bolívia). Lulla? Falou que ia reabrir a Sudene assim que assumiu, chegou a anunciar, e até hoje não fez nada. A transposição do Rio São Francisco é outra promessa feita e refeita, mas que não sai do papel. Enfim, tirando o bolsa-esmola, que no fundo é uma nova roupagem da compra de votos e dos currais eleitorais dos velhos coronéis nordestinos, nem um centavo ele trouxe pra estas bandas.

Mas que nojeira, esta de querer sublimar a incompetência administrativa do presidente, tratando-a como se fosse apenas um caso de "gafes e solecismos", tecendo paralelos com presidentes norte-americanos que os praticaram? Que coisa mais rasteira... Afinal, se o problema fosse só esse, a gafe até divertiria a população, e o presidente viraria parte do folclore nacional. Mas não é isso, e o Senhor sabe muito bem que não é isso. Pra cima da classe média esclarecida não, cara pálida.
Arranje outro pra vender seu peixe podre. Nós já cansamos. Cansamos inclusive de ser enganados.
E o mais importante: temos o direito constitucional de nos manifestar, de fazer protestos dentro da lei e da ordem. Afinal, vocês não passaram 8 anos gritando Fora FHC? Isso era histeria?
Por fim, não sou de direita nem de esquerda: sou do BEM. E quero um país melhor, mais justo e ético para os meus filhos e netos.