1 de ago. de 2007

Bordel Gereciado por Desavergonhado

Por Giulio Sanmartini

No dia 20 de julho Lula havia anunciado em cadeia nacional de rádio e de televisão a construção de um novo aeroporto em São Paulo. Disse que o local para funcionamento do novo aeroporto estaria definido num prazo de 90 dias. A Infraero, por sua vez, deveria adotar medidas para que o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, possa receber número maior de passageiros – teria também 90 dias para apresentar estudo de ampliação e readequação dos aeroportos paulistanos, que estão proibidos de receber novas rotas internacionais.
Segundo o pronunciamento do presidente, a Agência Nacional de Aviação Civil - Anac teria mais poder para agir e o controle de tráfego aéreo do país seria modernizado – embora ele não tenha explicado como. O governo também exigiu que todas as companhias aéreas preparem um plano de contingência para o caso de novos problemas.
Mas nesse puxa estica, o governo mudou seu ministro da Defesa, saiu Waldir Pires e entrou Nelson Jobim, que na segunda feira disse com todas as palavras que não haverá aeroporto novo algum. Guarulhos ganhará uma terceira pista.
Ontem em Cuiabá, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, afirmou que não é nada disso. Garantiu que o governo "não recuou um único milímetro" na decisão de construir um terceiro aeroporto para São Paulo.
Além disso, Jobim, perdeu a primeira disputa travada no governo. Por enquanto, a cúpula da Anac, formada por apadrinhados do Palácio do Planalto, será mantida. Nas primeiras declarações como ministro, no dia 24, Jobim atacou o quadro de políticos do órgão e deixou claro que tentaria por meios legais, ou na negociação política, demitir os diretores, que têm, por lei, estabilidade e mandato fixo.
A decisão de não mexer na Anac foi tomada na reunião nesta segunda-feira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros da coordenação política, de acordo com relatos de participantes. Nelson Jobim, que minutos depois de ser empossado, dia 25, afirmara ter recebido "carta branca" de Lula para acabar com o caos aéreo, também participou do encontro. Quer dizer, carta branca, mas não muito
O ministro chegou com todo o jeito de Mané Fogueteiro “eu faço, eu mando, eu ordeno, tenho carta branca” esquecendo (ou desconhecendo) que o problema aéreo brasileiro não é só um acidente que se trata no pronto socorro, é também uma doença crônica que necessita de demorada convalescença.
Precisa ver se a nação vai ter paciência para esperar, vendo essa confusão de diz e desdiz que está acontecendo num governo que não sabe o tem que fazer e se sabe, desconhece o como.
(*) Bordel parisiense por Toulouse Lautrec

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou contra a saída do pessoal da ANAC. Eles ficam. Têm que sair todos os senadores de chancelaram os nomes dos diretores da ANAC. Aliás porque nenhum jornal apresentou a ata de votação dos diretores da ANAC.

STARDUST disse...

Sras. e Srs.
Com o coração dilacerado ainda pela tragédia do vôo 3054 e diante de tanto descalabro e desrespeito aos profissionais Aviadores e Aeronautas (Pilotos e Comissários (as) de bordo) e às vítimas que tão tragicamente pereceram.
Indignado com divulgações e informações açodadas, preconcebidas e tendenciosas, incriminando a priori os nossos colegas, antes de quaisquer conclusões técnicas e científicas e legais sobre o ocorrido, pessoas até então inocentes!
Numa investigação de acidente aeronáutico, demanda-se muito tempo e pesquisas, para que se possa chegar a uma conclusão mais acertada.
Com muita humildade, mas com base em minha modesta experiência profissional com mais de quatro décadas de dias e noites a voar, com mais de 22.000 horas de vôo e pai de um conceituado Cmte de Airbus com mais de 8.000 h de vôo, me dou ao direito de gritar e suplicar aqui por justiça!
Nenhum Aviador quer quebrar o seu avião nem tampouco machucar seus passageiros, damos nossas próprias vidas, (se preciso for) pelas vidas por nós transportadas, por nossa honra e dignidade profissional!
Somos todavia (desculpem) uma estirpe de cavalheiros e damas alados que ama o que faz, voamos não pelo dinheiro, o qual não paga o nosso amor, nossa devoção, nem o nosso sacrifício do convívio diário dos nossos entes queridos, mas voamos pelo amor que temos para com essa sublime arte, por incrível que isso possa parecer... Porém, contudo não deixamos nunca de sermos, filhos, pais, maridos, mulheres e amantes, companheiros e companheiras, cidadãos e cidadãs dignos!
Somos o que somos e dessa forma somos felizes e realizados com o que fazemos!
Pelo amor de Deus, minha gente! Nós Aviadores e Aeronautas, precisamos ser respeitados como profissionais competentes e pessoas humanas que somos, Aviador(a) não é ‘robô’ nem tampouco ‘superman’ nem artistas ‘hollywoodianos’, precisamos urgentemente de alguém, de alguma entidade digna e isenta, que nos defenda e nos represente à altura!
Quem poderia nos acudir,nesse momento tão difícil? O Congresso Nacional? A Mídia? O Público?...
A Nossa associação de classe o SNA, até agora não veio à mídia, infelizmente como deveria (como antigamente nos árduos tempos de luta dos quais participei ativamente!), pelo que pude notar. Por que não?
Ficamos assim a mercê até de acusações levianas e precipitadas e ainda assim, temos que exercer o nosso sagrado ofício sob as pressões e desgastes oriundos da falta de um planejamento adequado das autoridades governamentais, no que concerne ao provimento da infra-estrutura aeronáutica e da aero navegabilidade, vide apagões, caso GOL e demais crises ...
Escrevo esse desabafo com o meu coração alado e com a minha alma magoada, me perdoem...
Quero aqui também declarar que apesar do automatismo das aeronaves de hoje (que por sinal são extremamente seguras e confiáveis), não seja isso um motivo de cobrança para que sejamos também uns autômatos, sem almas nem corações, somos gente, humanos... Contudo, somos sim, senhores de nossas ações e atos, muito competentes e responsáveis no desempenho de nossas funções e nos orgulhamos disso!
Apesar de toda a evolução das ‘maravilhosas máquinas voadoras’ ainda somos nós que decidimos nossas ações até onde nos é hábil fazê-lo, não obstante as operações em pistas traiçoeiras (como a de Congonhas), deixadas à operação por pessoas e entidades que me parecem ser incompetentes e/ou desalmadas. Todavia, voar ainda é muito mais seguro que transitar em nossas estradas e ruas do nosso país.
Não queremos, medalhas nem condecorações, queremos apenas ter o sagrado direito de exercermos a nossa amada profissão, com segurança e confiança.
Que (também) as almas das vítimas no vôo JJ3054 jamais sejam esquecidas e que a dor, dos que ficaram, seja respeitada!
Queremos mais respeito!
Que Deus nos conforte a todos.
Paulo H.P. Vianna - um Aviador -