Quando se fala em Golpe para derrubar um presidente, único exemplo citado é o de 1° de abril de 1964, quando foi apeado do poder João Goulart. Não se fala que a Revolução de 1930, em 24 de outubro, derrubou o presidente Washington Luiz e impediu aposse do que havia sido eleito, Júlio Prestes que deveria tomar posse em 15 de novembro.
Nem de 1955, quando o general Henrique Teixeira Lott derrubou (15/11) o presidente Carlos Luz, que estava exercendo poder por ser presidente da Câmara dos Deputados e logo depois, impediu o retorno de presidente Café Filho, licenciado por motivos de saúde e que havia assumido o poder pelo suicídio de Vargas. Todos esses citados acima estavam legalmente constituídos.
Carlos Chagas, sem citar esses dois acontecimento históricos, escreve sobre os brasileiros que sempre são golpistas e alerta que não existe em curso um golpe das elites para derrubar Lula, é justamente o contrário. (G.S.)
“À primeira vista pode parecer absurda a afirmação de que todo brasileiro é golpista, mas vale aprofundá-la. Entenda-se por golpe a mudança das instituições pela violência ou por mecanismos canhestros praticados à margem da lei, da ética e do consenso majoritário.
Pois é. Atire a primeira pedra o cidadão, político ou não, que ainda não desejou ou até apoiou um golpe. Só para ficar nos tempos recentes, tome-se o que aconteceu em 1964. Metade do País solidarizou-se com os militares que depuseram um governo legalmente constituído, importando menos o pretexto de que aquele governo tramava um golpe.
Figuras da maior expressão democrática, com passado de lutas contra ditaduras, acomodaram-se e até justificaram o canibalismo explícito desenvolvido contra as instituições. Nem vale passar pelo constrangimento de citá-las. Muito menos referir o monte de golpes desferidos dentro do golpe, pelos seus próprios artífices.
De lá para cá, quantas vezes os golpes se repetiram, na maior parte dos casos sem violência, mas, nem por isso, menos fatais. Só para referir o último: de cima para baixo, no exercício do poder, o presidente Fernando Henrique mudou as regras do jogo e fez o Congresso aprovar o mais abominável dos golpes, a reeleição para beneficiá-lo. Por que se levanta questão assim tão genérica? Porque é bom tomar cuidado. E não estamos abordando a fantasia de estar em curso o golpe das elites para depor Lula. É precisamente o contrário...”
Nem de 1955, quando o general Henrique Teixeira Lott derrubou (15/11) o presidente Carlos Luz, que estava exercendo poder por ser presidente da Câmara dos Deputados e logo depois, impediu o retorno de presidente Café Filho, licenciado por motivos de saúde e que havia assumido o poder pelo suicídio de Vargas. Todos esses citados acima estavam legalmente constituídos.
Carlos Chagas, sem citar esses dois acontecimento históricos, escreve sobre os brasileiros que sempre são golpistas e alerta que não existe em curso um golpe das elites para derrubar Lula, é justamente o contrário. (G.S.)
“À primeira vista pode parecer absurda a afirmação de que todo brasileiro é golpista, mas vale aprofundá-la. Entenda-se por golpe a mudança das instituições pela violência ou por mecanismos canhestros praticados à margem da lei, da ética e do consenso majoritário.
Pois é. Atire a primeira pedra o cidadão, político ou não, que ainda não desejou ou até apoiou um golpe. Só para ficar nos tempos recentes, tome-se o que aconteceu em 1964. Metade do País solidarizou-se com os militares que depuseram um governo legalmente constituído, importando menos o pretexto de que aquele governo tramava um golpe.
Figuras da maior expressão democrática, com passado de lutas contra ditaduras, acomodaram-se e até justificaram o canibalismo explícito desenvolvido contra as instituições. Nem vale passar pelo constrangimento de citá-las. Muito menos referir o monte de golpes desferidos dentro do golpe, pelos seus próprios artífices.
De lá para cá, quantas vezes os golpes se repetiram, na maior parte dos casos sem violência, mas, nem por isso, menos fatais. Só para referir o último: de cima para baixo, no exercício do poder, o presidente Fernando Henrique mudou as regras do jogo e fez o Congresso aprovar o mais abominável dos golpes, a reeleição para beneficiá-lo. Por que se levanta questão assim tão genérica? Porque é bom tomar cuidado. E não estamos abordando a fantasia de estar em curso o golpe das elites para depor Lula. É precisamente o contrário...”
(*) Fotos:
1 - Café Filho e Carlos Luz
2 - Gegeneral Henrique Teixeira Lott
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