17 de ago. de 2007

Tudo Que Balança Volta

Por Ralph J. Hofmann

Iludiu-se o decano dos torneiros mecânicos do Brasil.
Ou será o decano? Que eu saiba os torneiros mecânicos são uma classe altamente respeitada na indústria, assim como são os mecânicos-ajustadores, ferramenteiros e todos os outros profissionais formados pelas escolas técnicas do SENAI e outras entidades congêneres. Minhas escusas aos técnicos do Brasil e aos demais trabalhadores que obtiveram qualificações e habilitações seja através de cursos seja pelo esforço próprio. Vou ter de começar de novo.
Iludiu-se o Grande Timoneiro do Brasil. Partiu da suposição de que face à irrestrita aprovação que sempre obteve entre os totalmente desvalidos do país nunca ouviria uma vaia sequer. Iludiu-se pensando que poderia passar o resto de sua vida em maré de aprovação.
Durante os oito anos da gestão de FHC o Grande Timoneiro exerceu o direito de vaiar e fomentar vaias ao presidente em exercício. Era um direito que lhe assistia, conquanto na realidade não raro tenha vaiado justamente as atitudes que deram ao país a estabilidade econômica que hoje goza.
Certamente os governantes da época não se sentiam muito à vontade com as vaias do PT. E certamente o PT, com a tremenda organização que tinha, e ainda hoje tem, ao seu serviço conseguiu vaiar mais alto e mais contundentemente do que são as atuais vaias ao seu regime.
Contudo é importante saber ser vaiado com dignidade. Faz parte da função. Mesmo que Lula tivesse colocado uma equipe de primeira linha a administrar o país, mesmo que não houvesse um único deslize, um único sussurro sobre corrupção, certamente alguém em algum momento o vaiaria.
As vaias de hoje congregam pessoas que normalmente não sairiam de casa para manifestar suas dores. Há duas semanas eram dezenas vaiando. Esta semana foram doze vaiando no interior do Rio de Janeiro. Mas em São Paulo e Porto Alegre foram milhares. Quiçá dentro de mais algumas semanas serão dezenas de milhares.
O Grande Timoneiro não pode ter a consciência tranqüila. No recôndito de sua consciência sabe que junto com seus pares está espoliando o país. No seu íntimo sabe que seu filho não é um gênio da informática nem dos negócios ou sequer da agropecuária. Sabe que não fez nada pelo país. Apenas distribuiu cargos a pessoas que massageiem seu ego e mantenham seu equilíbrio pessoal, hoje emocionalmente instável. Seus sátrapas administram segundo o ditado de Madame Pompadour, amante de Louis XV da França. “Après nous le déluge”. O dilúvio virá após nos retirarmos.
O destino das nações é como um pêndulo. Tudo que oscila numa direção fatalmente voltará vindo da direção contrária. Tudo que vai volta. “What goes around comes around”.
Inclusive as vaias.

2 comentários:

PoPa disse...

Caro Ralph, acho que a paranóia dele está nas núvens. Depois de criticar 12 (DOZE) estudantes que o vaiaram no interior do Rio, ele e o governador, fizeram improvisos ao fato. Os doze (é, DOZE!) devem ter ido às núvens e deveriam estar no Guiness, como o menor grupo de estudantes a deixar um governador e um presidente assustados, apenas com o uso de narizes de palhaço!

Ralph J. Hofmann disse...

Certo Conterrâneo

Doze vaiando são que nem o Grilo Falante no ombro do Pinóquio.
A consciência se fazendo ouvir.