Por Giulio Sanmartini (foto)
Nasci na Itália e apesar de ter vivido 50 anos no Brasil (dos dois aos 52 anos), jamais troquei de nacionalidade, isso não impediu nem diminuiu a amor pela minha terra de adoção. Amo a Itália como se ama u’a mãe, e o Brasil com a louca paixão com que se ama a mulher de nossa vida.
Sempre tive orgulho de tudo que fosse brasileiro. Lembro que em 1993, fiz a primeira viagem a Itália de onde tinha saído em 1946. Cheguei à Roma e tomando o trem do aeroporto até a cidade, por acaso encontrei dois brasileiros, nossa conversa foi sobre Fernando Henrique Cardoso e sua recente nomeação como ministro da Fazenda, a esperança que tínhamos de que ele conseguisse eliminar a inflação endêmica que assolava o país há décadas.
Era um domingo de maio, quando tomei um táxi que me levaria ao hotel, comecei a conversar com o motorista contei-lhe a minha história brasileira, em fim almoçamos juntos e ele me levou a conhecer Roma. Quando cheguei ao hotel, além de ter bebido bastante, estava muito cansado e fui dormir.
No dia seguinte era segunda feira e sai para tomar café num bar, ouvia dois italianos que conversavam sobre o prêmio de fórmula 1 que havia sido corrido no domingo. Perguntei quem tinha vencido, um dos italianos olhou-me e com um sorriso de satisfação respondeu:
- Il brasiliano Senna (o brasileiro Senna).
- Anche io sono brasiliano! –(eu também sou brasileiro) disse com o peito estufado e cheio de orgulho.
Voltei ao Brasil, passados três anos voltei à Itália para resolver um problema e fiquei até hoje. Não pude acompanhar a reeleição de Fernando Henrique, pois nem tinha Internet. Mas alguns tempos depois pude acompanhar a eleição do ex torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, que parecia trazer todas as esperanças ao povo brasileiro, todavia o que trouxe foi a trufa e a mentira, como provaram todos os escândalos acontecidos com pessoas de seu governo e que o acompanham desde a fundação do partido dos trabalhadores.
Mas o fato acontecido hoje, a absolvição do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que para tal valeu-se de métodos que dariam inveja, aos responsáveis pelos anos de chumbo da ditadura militar, me deixa acabrunhado.
Perdia a conta das vezes que chorava, junto ao rádio, com a cruel saudade que a musica brasileira me invadia. Hoje para chorar não preciso de rádio, choro de desespero por ver o que acabou de ser perpetrado contra a dignado dos cidadãos. Choro ao ver Ideli Salvati e Aloísio Mercadante, como uma cortesã e um alcoviteiro a cabalar votos para o ladravaz Renan Calheiros. Choro porque tenho meus filhos e meus netos que vivem num país que é governado por um amoral da jaez de Luiz Inácio Lula da Silva. Choro porque fui afetado no parte mais íntima de meu sentimento: o amor incomensurável a este país cujo comando atual está nas mãos de covardes, mofinos, aéticos governantes e seus asseclas.
Hoje, 12 de setembro de 2007, os senadores assassinaram perfidamente o Ayrton Senna que ainda pulsava no meu peito.
Nasci na Itália e apesar de ter vivido 50 anos no Brasil (dos dois aos 52 anos), jamais troquei de nacionalidade, isso não impediu nem diminuiu a amor pela minha terra de adoção. Amo a Itália como se ama u’a mãe, e o Brasil com a louca paixão com que se ama a mulher de nossa vida.
Sempre tive orgulho de tudo que fosse brasileiro. Lembro que em 1993, fiz a primeira viagem a Itália de onde tinha saído em 1946. Cheguei à Roma e tomando o trem do aeroporto até a cidade, por acaso encontrei dois brasileiros, nossa conversa foi sobre Fernando Henrique Cardoso e sua recente nomeação como ministro da Fazenda, a esperança que tínhamos de que ele conseguisse eliminar a inflação endêmica que assolava o país há décadas.Era um domingo de maio, quando tomei um táxi que me levaria ao hotel, comecei a conversar com o motorista contei-lhe a minha história brasileira, em fim almoçamos juntos e ele me levou a conhecer Roma. Quando cheguei ao hotel, além de ter bebido bastante, estava muito cansado e fui dormir.
No dia seguinte era segunda feira e sai para tomar café num bar, ouvia dois italianos que conversavam sobre o prêmio de fórmula 1 que havia sido corrido no domingo. Perguntei quem tinha vencido, um dos italianos olhou-me e com um sorriso de satisfação respondeu:
- Il brasiliano Senna (o brasileiro Senna).
- Anche io sono brasiliano! –(eu também sou brasileiro) disse com o peito estufado e cheio de orgulho.
Voltei ao Brasil, passados três anos voltei à Itália para resolver um problema e fiquei até hoje. Não pude acompanhar a reeleição de Fernando Henrique, pois nem tinha Internet. Mas alguns tempos depois pude acompanhar a eleição do ex torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, que parecia trazer todas as esperanças ao povo brasileiro, todavia o que trouxe foi a trufa e a mentira, como provaram todos os escândalos acontecidos com pessoas de seu governo e que o acompanham desde a fundação do partido dos trabalhadores.
Mas o fato acontecido hoje, a absolvição do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que para tal valeu-se de métodos que dariam inveja, aos responsáveis pelos anos de chumbo da ditadura militar, me deixa acabrunhado.
Perdia a conta das vezes que chorava, junto ao rádio, com a cruel saudade que a musica brasileira me invadia. Hoje para chorar não preciso de rádio, choro de desespero por ver o que acabou de ser perpetrado contra a dignado dos cidadãos. Choro ao ver Ideli Salvati e Aloísio Mercadante, como uma cortesã e um alcoviteiro a cabalar votos para o ladravaz Renan Calheiros. Choro porque tenho meus filhos e meus netos que vivem num país que é governado por um amoral da jaez de Luiz Inácio Lula da Silva. Choro porque fui afetado no parte mais íntima de meu sentimento: o amor incomensurável a este país cujo comando atual está nas mãos de covardes, mofinos, aéticos governantes e seus asseclas.
Hoje, 12 de setembro de 2007, os senadores assassinaram perfidamente o Ayrton Senna que ainda pulsava no meu peito.
12 comentários:
posso estar fazendo um raciocinio torto,mas que a absolvição do renan ajuda a politica anti petralha ,ajuda.......
Giulio, imagino o que vc sente. Fico feliz por você poder viver num país onde a decência é relevada. Imagine só o que sentimos aqui. Dá vontade de deixar aflorar o animal irracional que reside dentro da gente. Mas não desistimos. Engolimos em seco e vamos em frente, na batalha ainda que às vezes inglória.Com seu apoio mesmo que de longe.
Sempre atual o pensamento de Rui Barbosa:
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)
Ciao Giulio, come stai?
Vediamoci presto perché en Brasile siamo tutti merda.
Ciao, Giulio!
Cabalar votos para a absolvição do Canalheiros pode ter sido a sentença fatal para a Idelouca e o Merdacante.
Não acreditando nas notícias dos canais de TV, de Renan ter sido absolvido, dei um giro na internet e pasmem: “O PRESIDENTE DO SENADO FOI ABSOLVIDO”, GENTE. QUE PESADELO, SERÁ QUE JÁ ESTAMOS VIVENDO NUM “AI 6-CORONELISTA”, E NÃO ESTAMOS PERCEBENDO?
Quanto cinismo, foi a gota que faltava, estou dando um basta aos excelentíssimos corruptos caras de pau, chega de dar murros em ponta de facas, tenho “apenas” 61 anos de idade, não entendo e não entram em minha cabeça, os valores da ética e da moral na ótica dos políticos: COISAS E PESSOAS QUE NÃO POSSO MUDAR NÃO ME INCOMODAM MAIS : Dei um Ctrl.+ Alt + Delt.
menos...menos...
O Ayrton Senna morreu em 94. Deixar de considerar o Brasil batendo dentro do peito por causa dessa atitude do senado foi muito forte.
O Sr. nunca vai deixar de ser brasileiro no coração. Senão já teria renegado o país, quem sabe na compra do congresso para a reeleição de FHC, ou ainda na doação de todo patrimônio do povo brasileiro nas malfadadas privatizações, que passaram minhas contas de serviços públicos para níveis estratoféricos.
Paro por aqui, mas se quiser te dou mil motivos para renegar o Brasil antes da posse de Lula.
Ou seja, as privatizações, que eliminaram empresas que compareciam ao tesouro para tapar seus buracos seja nas empresas seja nos fundos de pensões de funcionários, naõ podem.
Mas presentear devedores e países devedores com patrimônio brasileiro pode.
As empresas privatizadas decolaram.
Mas não teriam decolado nas mãos de quadros do aparelho do governo
Sem essas empresas o roubo é descabido. Imagine com essas empresas.
Não funcionou em nenhum lugar no mundo. Governo não é empreendedor. Deve regulamentar.
Esses petralhas criticam tanto a compra do congresso para a reeleição do FHC, mas se esquecem que eles também são os benefeciados de agora e ainda roubaram as idéias do governo anterior(Bolsa-Família). Tenham pelo menos um pouco de vergonha, já que ética, não sabem o significado.
Alô, Giulio
Hofmann fez bem em não deixar passar o famoso 'anônimo' aí de cima, que provavelmente era feliz e não sabia. Pagava quatro mil reais para ter um telefone fixo ou mil e quinhentos reais para ter um celular (só a linha). Agora querem reestatizar aquela que, privatizada, já se transformou na quinta do planeta, gerando tributos para o país e fechando a porta para as famosas nomeações de políticos. Se tivessem sido doadas e não vendidas, ainda assim teria sido lucro para nós. Patrimônio do povo brasileiro o cacete. Era patrimônio dos políticos, isso sim..
Giulio, confesso que me emocionei com o seu artigo e penso em fazer extamente o mesmo caminho que vc fez aos 2 anos de idade só que de forma inversa, saindo do Brasil para qualquer outro país com mais moral. Sua história é romântica... E triste.
E sobre as privatizações, ainda acho que deveriam privatizar: bancos estaduais, do Brasil, CEF, Correios, etc, etc...até a Petrobras, cabidão de empregos do PT. Quem não se lembra da Margaret Tatcher? Primeira-ministra inglesa que teve a coragem de privatizar a Britsh Petroleum, a Petrobras brasileira.
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