19 de set. de 2007

Opinião Pública

Por Plínio Zabeu

Diante de tanta desfaçatez, tanta demonstração de mau caratismo, longe de atitudes minimamente honestas, o que vale afinal é sempre o que pensa a “opinião pública”. Faz-se necessária uma explicação para que seja entendida como é, como pode ser manipulada e a força realmente que ela tem, junto aos que nos governam.
Com a vergonhosa absolvição do presidente do senado, pensávamos todos que finalmente o Brasil se levantaria de novo, como quando foram denunciados (mas nunca comprovados) os desvios de dinheiro no governo Collor. Gente de cara pintada (foto), bandeiras de luto, etc.. Naquele tempo existia um tipo de opinião pública diferente da de hoje. Não vemos atualmente reação nenhuma do povo, a não ser aqui e ali, pessoas envergonhadas que, timidamente, chegam a ter “vergonha de serem honestas”.
O que houve? Simplesmente a definição do presidente Lula que, convenientemente, esteve afastado em viagem à Europa durante o período triste de ação do senado. Ele deu o seguinte veredicto para os fatos: “NÃO HOUVE IMPROBIDADE”. Pronto, a opinião pública assinou em baixo e as coisas continuarão como dantes. Os dois ou três processos que ainda restam contra o político adúltero certamente serão engavetados antes de votações ou serão votados e certamente ele será “reabsolvido”.
Vejamos o que pensa a maioria do povo. Pesquisa em várias partes do país provou que 70% (setenta em cada cem) dos brasileiros não sabem o que significa CPMF. Há poucos meses ocorreu uma greve com altíssimos prejuízos para o Estado de São Paulo, baseada numa campanha para manutenção do veto à emenda 3 ( aquela que permite que um simples fiscal tenha a mesma autoridade de um Juiz de Direito). Um repórter perguntou a mais de 100 dos grevistas sobre o real motivo da greve e o que seria a tal “emenda 3”. A resposta de todos foi a mesma: “Não sei o que é isto”.
Assim sendo, de nada adiantam as manifestações de brasileiros envergonhados. Jornalistas, intelectuais, estudiosos, povo instruído, perfazem a lista das chamadas “zelites”. A única coisa que ensinam aos mais de 50 milhões (remunerados com programas assistencialistas) é que devem votar sempre naqueles que forem recomendados pelo presidente e pronto. Caso encerrado.
E o Cacciola? O advogado dele nem insistiu muito lá em Mônaco. Espera que seja extraditado, pois aqui conseguirá a libertação muito mais facilmente (não seria a primeira vez, afinal todos os criminosos “têm o direito de fugir”. Palavra de ministro do STF).
pzabeu@uol.com.br

5 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Plinio Zabeu, que respeito, cometeu um pequeno erro de 'timing'.
Os caras-pintada tinham razão mas, foram instrumentalizados pelo Partido dos Trambiqueiros. Na época, acreditava-se que o partidão era o repositório da ética (Ih, acho que falei besteira). Como atualmente à cambada de professores petralhas não interessa levantar a plebe, ficou por isso mesmo.
Estamos descendo a ladeira. Esperemos que ainda haja mais ladeira para descer senão, chegamos ao fim.

Anônimo disse...

O governo (executivo e legislativo) não dá a mínima para a opnião pública. Prova é a revogação da MP 379 que jogou 14 milhões de brasileiros na ilegalidade. Mesmo com um plebicito referendado por 60 milhões de votos contra a proibição da venda de armas de fogo, o governo na prática implementou esta proibição. a MP prorrogava o prazo para o re-re-re-re-recadastramento das armas de fogo, este praticamente um confisco, pois a "taxa" de re-re-re-recadastramento é de R$ 300,00, muito mais que o valor médio da arma descontados os impostos.

Anônimo disse...

Giulio!!!

A opinião pública não mudou é a mesma da época de Collor.A diferença está ,que naquela época havia oposição(PT)
Cut,Igreja,UNE e TV Globo(abraçou a causa).
Hoje não há ninguém para liderar nenhum movimento e os que tiveram a coragem de tentar,CANSEI, não tiveram apoio nenhum e ainda foram ridicularizados,vide o que Jô Soares se prestou a fazer no seu programa.

ma gu disse...

Alô, Giulio

Concordo com Cristal. E o Jô é um apóstata e mal-educado. Lembro-me que, certa noite, anos atrás, ele trouxe um gaúcho, que não lembro o nome, representante de um movimento separatista. Pois bem, o coitado do sujeito não conseguiu falar uma linha sobre o que era o movimento, pois o gordo o interrompia em seguida, para dizer o que ele próprio achava. Jô era muito bom como humorista. Agora só é mais um petelho. Mas o programa é dele e ele faz o que quer. Resta a nós não vê-lo, como não faço desde aquela noite. Quanto ao resto do assunto, pobre do povo que precisa de heróis e líderes para fazer algo.

Anônimo disse...

Sr. Magu, deve ter muito tempo que não assiste o Jô para chamá~lo de petelho (creio que se refere ao PT).
Assista o programa às quartas-feiras, quando estão presentes "as meninas". É páreo duro até para o Giulio no quesito de ataque ao Lula.