16 de set. de 2007

Viajando às Custas do Povo

Finalmente, Renan Calheiros afastou-se da cadeira de presidente do Senado. Mas como não podia deixar de ser, enfiou a mão no cofre do dinheiro público. Ladrão uma vez, sempre Ladrão
Escreve Josias de Souza: “Depois de ouvir a inúmeros apelos para que se distancie do cargo, Sua Excelência, agora absolvidíssima, foi para bem longe. Coerentemente com seu histórico, teve a precaução de avisar que volta na semana que vem. Mas já é um começo.
Renan não disse para onde ia. Sabe-se apenas que quem pagou a viagem foi você. Acompanhado da mulher, Verônica, o senador deixou, bem cedinho, a mansão provida pelo erário. Enfiou-se no confortável carro oficial. E ordenou ao funcionário público que lhe serve de motorista que rumasse para a Base Aérea de Brasília. Ali, embarcou, às 9h50, num avião da valorosa Força Aérea Brasileira.
Reza a praxe brasiliense que os presidentes da Câmara e do Senado, assim como os ministros, podem requisitar jatinhos à FAB. O diabo é que nem Renan
nem a mulher dele voaram em missão oficial. E não há nos alfarrábios da Aeronáutica justificativa para a cessão de aeronaves em deslocamentos de passeio.
No caso específico, as asas da FAB serviram de escudo antivaia. Como senador, Renan dispõe de uma cota de passagens aéreas. São custeadas, de novo, pelo contribuinte. Decerto esquivou-se do saguão do aeroporto e do avião comercial porque sabe que daria de cara com a fúria do cidadão comum.
Resta ao brasileiro uma saída: deve-se aplaudir, ovacionar, dar vivas e cantar loas a Renan. Do contrário, Sua Excelência continuará queimando o querosene de aviação que o governo-companheiro não hesita em pagar. Pode-se também ajuizar contra Renan uma ação popular por abuso das prerrogativas do cargo. Mas o senador, por inocente, não merece.
Ao distanciar-se de Brasília, o eterno presidente do Senado deixou para trás o prenúncio de uma boa nova: o relator do segundo processo que tramita contra ele no Conselho de Ética indica que mandará a peça ao arquivo
(*) Foto: Pingüim o bandido do Batman

Um comentário:

Ralph J. Hofmann disse...

Giulio

O Arsène Lupin era um sujeito até muito simpático, uma espécie de Robin Hood que tirava dos malvados mas esencialmente para engordar ao próprio caixa.

Mas este me parece o malvado do Pinguim, numa versão muito antiga do Batman. Ou não?
Esse sim era malvado!