12 de out. de 2007

Abicalil, uma versão assim, mais afetuosa, de Ideli Salvati

A Polícia Federal em Mato Grosso vai retomar as investigações sobre a gangue dos aloprados. O pedido para que novas diligências sejam feitas veio do procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, após o indiciamento do senador Aloízio Mercadante, anulado esta semana pelo STF, que proibiu a Polícia Federal de indiciar parlamentares com foro privilegiado.

Além de Mercadante, foram envolvidos no escândalo Ricardo Berzoini, Oswaldo Bargas, Jorge Lorenzetti, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Expedito Veloso, e mais uma lufada de petirtas.

E onde entra Abicalil (na foto ele aparece cochichando com Maggi)? Aquele chamado pela Revista Veja de “notório engolidor de provas na CPI dos Correios e integrante da comissão para o trabalho sujo do PT” Leia abaixo trecho de matéria publicada na Folha de SP da última quinta-feira (dia 11) e do artigo 29X, publicado em novembro de 2006:


Por Andréa Michael e Ranier Bragon, na Folha desta quinta (11/10):

“A quebra do sigilo telefônico dos envolvidos na tentativa de compra do dossiê antitucano revela o nome de mais um deputado federal do PT que manteve contato com os envolvidos no episódio. Trata-se de Carlos Abicalil (MT), que trocou pelo menos 20 ligações com Expedito Veloso, um dos negociadores da documentação. As ligações entre os aparelhos celulares dos dois ocorreram entre 17 de agosto e 12 de setembro e se concentram nas datas em que Veloso -ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil e integrante da campanha de Lula- esteve em Cuiabá para negociar a compra dos papéis. No dia 22 de agosto, por exemplo, véspera da primeira de três idas de Veloso à capital de Mato Grosso, os dois, Veloso e o deputado, trocaram sete ligações, segundo as quebras de sigilo sob análise da CPI dos Sanguessugas e da PF. Além de Veloso, os dados mostram que o gabinete de Abicalil em Brasília recebeu, no dia 5 de setembro, pelo menos duas ligações de Valdebran Padilha, escalado pela família Vedoin, apontada como coordenadora do esquema dos sanguessugas, para negociar com o PT o dossiê contra os tucanos.

29X – por Adriana Vandoni

Veja bem este caso do deputado federal Carlos Abicalil (PT/MT), ou Abi, como é chamado pelos íntimos. Nada comprova que ele tenha relação com os integrantes da gangue do boato. Nadica de nada. Nem Cristo!
Valdebran Padilha, o mato-grossense preso com malas de dinheiro sujo (literalmente) em um hotel de São Paulo, era operador financeiro de campanhas do PT de Mato Grosso. Mas isso não comprova que ele tenha alguma relação com Abicalil, afinal, o nome de Valdebran não havia aparecido em suas prestações de contas eleitorais, exceto nesta. Tá certo! E desde quando captador ou operador aparece em prestação de contas? Marcos Valério aparecia na prestação de Lula?
Em 2003 Valdebran foi indicado para a diretoria financeira da Eletronorte por Abicalil e seu eterno pupilo Alexandre Cesar (ex-presidente do PT/MT), que no ano seguinte (2004) teve Valdebran como arranjador e doador de recursos para sua campanha à prefeitura de Cuiabá. Na mesma época, segundo um site da capital, Abicalil foi visto em um passeio pelo Rio Cuiabá a bordo de uma lancha de Valdebran. Mas eles não possuem relação alguma, diz o deputado. De certo ele nem sabia que a lancha era de Valdebran. Abicalil chegou à beira do Rio Cuiabá e gritou: - Ei, companheiro pirangueiro, posso dar uma volta nesta lancha? Simples de entender. Mas as pessoas falam!, sabe o que é isso? São a “zelites” reacionárias que não se conformam ao ver um simples professor primário passeando de lancha.
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Valdebran já trabalhou no gabinete de Abicalil e cuidava das emendas do deputado, há quem afirme que ele comparecia a todos os encontros entre o deputado e prefeitos de MT. Mas Abicalil nega isso, disse em nota que Valdebran nunca teve vínculo empregatício com seu gabinete. Mas isso não quer dizer que ele não tenha trabalhado para o deputado, mesmo sem vínculos formais! A menos que o Valdebran fosse um doido que ficava no gabinete e trabalhava sem que ninguém pedisse ou o pagasse.
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Nesta última eleição Abicalil montou seu comitê em uma casa de Valdebran. Mas isso não diz nada. Oras, como a “zetites” são maldosas. Abicalil estava à procura de um imóvel, abriu os classificados de um jornal e viu a casa. Pronto, alugou, mas desalugou assim que o Brasil ficou sabendo. Uai, se seguia “normas legais de relações comerciais”, porque desocupou a casa? Ura meu, não estou endendendo nada!
...
Na semana passada a quebra de sigilo telefônico revelou telefonemas entre Abicalil e os meliantes Expedito Veloso e Valdebran exatamente no período em que a compra de boatos estava sendo negociada. Aaahhh!, mas isso não prova nada! São apenas ligações! Isso só, pode evidenciar envolvimento do deputado? E se por acaso era só engano?
- Alô, é do hospital? - Não, é do deputado Carlos Abicalil. - Ah desculpe, foi engano. / - Pronto. – Pro favor, eu gostaria de falar com o companheiro Luiz. – Mas aqui não tem nenhum Luiz, o senhor ligou errado. – Então desculpe, foi engano. / – Alô, companheiro Nogueira, aqui é o Carlos. - Senhor, este telefone não é de nenhum Nogueira. - Mil perdões, devo ter-me enganado. / – Alô, Expedito? – Sim. - Expedito, meu santo, eu queria encomendar um milagre. - O senhor deve ter ligado errado, sou Expedito, mas não sou santo.
Estão vendo? Absolutamente possível, explicável e entendível!
Foram 29 ligações, é verdade. Mas todas, engano!

(leia o artigo inteiro aqui)

Um comentário:

jagat disse...

Adriana, acho que não foi intencional mas o inconsciente pode ser responsável pela expressão "uma lufada de petistas". Malufada e petistas. Tudo a haver.