Graças!!! O avião parou no lugar certo, agora só quero mesmo é colocar meus pés no chão. Incrível, mas um simples vôo pelo Brasil se transformou em uma roleta russa. Bem, mas o avião parou. Sobrevivemos. Duas horas de atraso, mas tudo bem.
Malas e presentes em punho e lá vamos nos encontrar com os amigos e matar a saudade. Bento e Rosário estavam no saguão do aeroporto nos esperando. Abraços, beijinhos e aqueles tradicionais: - Nossa como ela cresceu!; - Mas ele está um homem já!; aquelas coisinhas que costumamos falar sempre dos filhos dos outros. Também pudera, oito anos se passaram sem que nos encontrássemos.
Um estirão de carro até o sítio onde íamos passar o fim de semana, quase no nordeste gaúcho. Pronto!
Lá vem Seu Valdi (administrador do sítio) nos receber e passar o boletim com os últimos acontecimentos. Seu Valdi contou que uma semana antes teve uma tempestade na região que, Baaaarbaridade!, disse ele, o tempo desabou. Mas o mais estranho foi depois da tempestade.
- O que aconteceu depois, seu Valdi?, eu perguntei
- Tudo ficou tomado por pó de carvão. As roupas do varal, os carros, o gurizeiro que brincava no tempo. Limpar tudo foi como enfiar água no espeto.
Daí o Bento veio nos explicar que ocorreu mesmo esse fenômeno, assustando os moradores e aguçando o interesse dos meteorologistas que examinaram várias hipóteses possíveis. A primeira suspeita foi que tivesse ocorrido o mesmo que houve em abril de 93, quando diversas cidades do estado registraram a queda de cinzas oriundas do vulcão Lascar no Chile e que foram levadas pelo vento para a Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil. Essa opção foi descartada, pois não havia notícias de nenhuma erupção nos Andes e pela fuligem não se parecer à cinzas vulcânicas.
A segunda hipótese seria de que a chuva estivesse contaminada por poluição industrial, entretanto a região é agrícola e não existem grandes indústrias ou químicas que pudessem gerar a fuligem registrada.
Foi então que se chegou ao veredicto: a fuligem foi decorrente mesmo da fumaça das queimadas. Ao dizer isso o seu Valdi interrompeu o Bento:
- Doutor, é verdade! Tem dias que é possível sentir cheiro de queimado no ar. E o dia fica turvo de tanta fumaça, mesmo sem queimar nada.
Bento explicou que o noroeste do estado estava, nos dias que antecederam a tal tempestade, sob influência direta das correntes de vento que transportam o ar mais quente de origem tropical. Esse ar, veio justamente das áreas mais afetadas por queimadas, ou seja, do centro-oeste, isto é, de Mato Grosso.
- Vem cá, diga-me uma coisa: por onde é que anda o governador de vocês?, nos perguntou Bento.
- Ah, Blairo Maggi?, tá na Rússia, foi com uma legião de sojicultor “dizque” vender carne, mas Bento, só se for carne de soja. Imagine que na comitiva dele, tem um que certa vez estava nos EUA e ao escutar de um palestrante americano que a soja causava desmatamento ele de pronto, pra defender a soja respondeu: - não, quem desmata não é a soja, é a pecuária!. Eu mereço? Quase que aconteceu um embargo à carne de MT, não fosse um dos presentes se levantar e defender a pecuária. E agora Blairo me leva o homem pra vender carne de Mato Grosso na Rússia? Só boiota pra acreditar. Enquanto está lá fazendo russo de trouxa, Ma-to Gros-so...quei-ma... ai não, não me diga que é o que estou pensando!!!!
- Sinto muito, mas pela explicação de um meteorologista da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)... uma enorme concentração de partículas associadas à fumaça densa do seu estado, interagiu com as nuvens, dando origem à precipitação de chuva com fuligem. Isto é, Nero do Cerrado achou pouco incendiar Mato Grosso, resolveu fazer chover fuligem aqui.
Palavra de cientista! Estamos chiques, hein! Nero agora exporta fuligem. E pra nos sacanear o Bento dizia às gargalhadas: “Nós [gaúchos] mandamos Blairo Maggi pra vocês, pra ele transformar Mato Grosso em um enorme crematório”.
Ah Nero, como eu pensei em você durante meu fim de semana!
- O que aconteceu depois, seu Valdi?, eu perguntei
- Tudo ficou tomado por pó de carvão. As roupas do varal, os carros, o gurizeiro que brincava no tempo. Limpar tudo foi como enfiar água no espeto.
Daí o Bento veio nos explicar que ocorreu mesmo esse fenômeno, assustando os moradores e aguçando o interesse dos meteorologistas que examinaram várias hipóteses possíveis. A primeira suspeita foi que tivesse ocorrido o mesmo que houve em abril de 93, quando diversas cidades do estado registraram a queda de cinzas oriundas do vulcão Lascar no Chile e que foram levadas pelo vento para a Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil. Essa opção foi descartada, pois não havia notícias de nenhuma erupção nos Andes e pela fuligem não se parecer à cinzas vulcânicas.
A segunda hipótese seria de que a chuva estivesse contaminada por poluição industrial, entretanto a região é agrícola e não existem grandes indústrias ou químicas que pudessem gerar a fuligem registrada.
Foi então que se chegou ao veredicto: a fuligem foi decorrente mesmo da fumaça das queimadas. Ao dizer isso o seu Valdi interrompeu o Bento:
- Doutor, é verdade! Tem dias que é possível sentir cheiro de queimado no ar. E o dia fica turvo de tanta fumaça, mesmo sem queimar nada.
Bento explicou que o noroeste do estado estava, nos dias que antecederam a tal tempestade, sob influência direta das correntes de vento que transportam o ar mais quente de origem tropical. Esse ar, veio justamente das áreas mais afetadas por queimadas, ou seja, do centro-oeste, isto é, de Mato Grosso.
- Vem cá, diga-me uma coisa: por onde é que anda o governador de vocês?, nos perguntou Bento.
- Ah, Blairo Maggi?, tá na Rússia, foi com uma legião de sojicultor “dizque” vender carne, mas Bento, só se for carne de soja. Imagine que na comitiva dele, tem um que certa vez estava nos EUA e ao escutar de um palestrante americano que a soja causava desmatamento ele de pronto, pra defender a soja respondeu: - não, quem desmata não é a soja, é a pecuária!. Eu mereço? Quase que aconteceu um embargo à carne de MT, não fosse um dos presentes se levantar e defender a pecuária. E agora Blairo me leva o homem pra vender carne de Mato Grosso na Rússia? Só boiota pra acreditar. Enquanto está lá fazendo russo de trouxa, Ma-to Gros-so...quei-ma... ai não, não me diga que é o que estou pensando!!!!
- Sinto muito, mas pela explicação de um meteorologista da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)... uma enorme concentração de partículas associadas à fumaça densa do seu estado, interagiu com as nuvens, dando origem à precipitação de chuva com fuligem. Isto é, Nero do Cerrado achou pouco incendiar Mato Grosso, resolveu fazer chover fuligem aqui.
Palavra de cientista! Estamos chiques, hein! Nero agora exporta fuligem. E pra nos sacanear o Bento dizia às gargalhadas: “Nós [gaúchos] mandamos Blairo Maggi pra vocês, pra ele transformar Mato Grosso em um enorme crematório”.
Ah Nero, como eu pensei em você durante meu fim de semana!
6 comentários:
As donas de casa dos municípios da froneteira noroeste e um certo número de donas de casa argentinas anunciam que vão mandar a conta da roupa branca estragada para o governo do Mato Grosso.
Avise aí, a conta tem que ir pra Nero. Nero paga tudo. E olhe bem, Nero pagô, passô! hehehehehe
Agora ele está marretando soja na Rússi, mas quando ele cansar e voltar pra brincar de governador eu te aviso. Daí elas mandam a conta pra ele. Hehehehehe
Nero pagô, passô!
Sr. Banana
Não lhe passa pela cabeça uma coisa chamada indignação moral?
Não lhe passa pela cabeçã que é aviltante aprovar para um cargo destes um sujeito que comprovadamente recebeu sem estar presente um mei milhão de reais de salários.
Um cargo onde cuidará dos mais altos valores desta república.
Porque nomear um sujeito e depois descobrir que ele é mão leve é no mínimo desagradável, mas nomear uma pessoa assim para o cargo quando já tem antecedentes, deixá-lo passar pelo crivo do senado, é ser mau custodiante da coisa pública.
Sr. Banana, o senhor gosta de um Brasil corrupto? Ou o Senhor talvez esteja numa folha de pagamento da corrupção para tomar as dores do Pagot?
Certa está a Adriana. Apesar de todos os avisos, a pressão acabou por render o cargo a Pagot.
Mas deve ser marcado de perto até não estar mais na vida pública.
E isto não tem nada a ver com filosofia política. Tem a ver com o saque do tesouro.
Amigos mato-grossenses, não são só vocês que têem o infortúnio da fuligem no ar, proveniente de queimadas. Aqui em São Carlos e quase todo o interior de SP, ou onde predomina a plantação de cana; temos este inconveniente desagradável de março a dezembro, todos os anos. Os poucos hospitais e postos de saúde, nesta época, ficam abarrotados de pacientes com problemas respiratórios, principalmente de crianças. As companhias de águas pedindo para se economizar e até multando o desperdício. Mas este pesadelo vai só até 2031, pois há uma lei que permite a queimada de cana até esta data, isto é, se estivermos vivos....veremos!
Ronaldo
Não sei se sabes mas esta queimada é desnecessária. As máquinas de colher cana dispensam de queimadas, devolvem nutrientes à terra, etc.
Mas há und dez anos atrás houve um acordo de cavalheiros que limitou o número anula de máquinas.
Medo por 350.000 empregos de bóia-fria.
Essas mnáquinas se pagam na primeira colheita. Na Austrpália só se usa essas máquinas.
Caro Ralph:
Completamente desnecessária esta queimada, porém os usineiros são tão "bonzinhos" que não querem ser os causadores do desemprego no país. Veja neste site http://www.paubrasil.org.br/, o absurdo, por qual passam os cortadores de cana, só neste ano morreram dois nesta região, pelo excesso de esforço. E se não produzirem de 10 a 12 toneladas por dia, são descartados, a troco de uns R$ 700/mês em média. Ah! E o litro do álcool combustível é de R$ 1,187. Ainda dizem:"combustível limpo", só se for do escapamento pra fora, pois antes, já lançou algumas toneladas de fuligem na atmosféra.
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