28 de out. de 2007

O boteco, a prefeitura e eu - Boletim

O leitor p&p está acompanhando o suplício do boteco barulhento, contado no artigo de Enock Cavalcanti. Acontece que, cansada de ligar para a polícia, para o serviço disque-silêncio da prefeitura e cansada de não dormir, resolvi atuar da seguinte forma. Como não podia dormir, eu passava a madrugada toda enviando e-mails para o secretário e o subsecretário de meio ambiente de Cuiabá, com cópia para a imprensa do estado. O teor era mais ou menos assim: Os senhores estão assistindo fantástico? Eu não, pois o barulho do boteco que funciona ilegalmente com a leniência de vocês não me permite escutar televisão. Coisas desse tipo. Numa das noites, eu tive o trabalho de pegar a Lei de Gerenciamento Urbano e explicar aos secretários, artigo por artigo e disse: estou explicando para os senhores jamais alegarem ignorância. Nunca recebi dos responsáveis pelo meio ambiente de Cuiabá, nem mesmo um: ok, recebido. Nada. Mas a imprensa respondeu.
Na sexta-feira, dia 26, saiu uma matéria no jornal Diário de Cuiabá e outra no Circuito MT – pelo artigo do Enock. Pois bem, na mesma sexta-feira, por volta das sete da noite, o boteco começou uma espécie de ensaio ou algo assim, com o volume mais alto ainda. Não poderia pensar outra coisa senão: é uma represália.
Daí eu fiz o que estava protelando, liguei para o tal subsecretário municipal de meio ambiente, que segundo informações de moradores, é o protetor do boteco e segundo a prefeitura é quem cuida da poluição sonora.
Liguei no celular, me apresentei e entrei no assunto. Ele já conhecia e me disse que não podia tomar atitude alguma antes de uma decisão da justiça. Porém, disse eu a ele, os advogados que consultei afirmaram que a coisa só chegou na justiça em função da não ação da prefeitura. Ele veio com uma conversa de que já tinha conversado com o pessoal dele e que se naquele dia houvesse barulho eles iriam entrar em ação. Disse que então já podia mandar o pessoal dele, pois o barulho já tinha começado.
Bem, na sexta, no sábado e no domingo, o barulho abaixou um pouco. Ainda está fora da lei, até porque, esta é uma área RESIDENCIAL onde não poderia ter o tal boteco.
O sub também alegou que a dona do boteco é “difícil”. Respondi que esse não era problema meu. Eu não estou de briga com a dona do boteco. Ela é uma pessoa ilícita. Está cometendo um crime. Minha briga é com a prefeitura que deve fazer cumprir a lei, pois possui a continência para tanto. Ora, o poder público, o Estado, existe exatamente para intermediar conflitos entre os cidadãos. Do contrário teremos que sair por aí fazendo justiça com as mãos. Seria uma zona total.
Aguardem cenas dos próximos capítulos de: o boteco, a prefeitura e eu.

Um comentário:

Unknown disse...

Continuo acompanhando e torcendo por você. Não desista. Tenho certeza que essas "toridades" querem vence-la pelo cansaço. É uma estratégia antiga que por vezes dá certo. Espero mais notícias do barulhento bar e de preferência boas.
Abraços