11 de out. de 2007

A peixada

Há pouco menos de 50 anos, a esperança para o futuro de grande maioria do brasileiros era ser colocado num bom emprego público, como se dizia, arrumar uma peixada, e os privilegiados conseguidos por meio de padrinhos poderosos.
Existiam os chamados “Barnabés”, que constituíam a base dessa pirâmide, funcionários públicos de pouca categoria, que ganham alguma coisa mais que o salário mínimo e que realmente faziam alguma coisa. Mas o outro lado eram as Marias Candelárias (da marchinha de carnaval) que de pará-quedas caiam na letra “O”, as carreiras eram classificadas por letras e esta era a mais alta.
Logo no início do regime militar essa situação anômala desapareceu, passou a ser interessante trabalhar em empresas públicas, onde por méritos, podia se fazer carreira. Agora, com o inchaço da máquina burocrática, o atual governo conseguiu andar para trás meio século.
Aquilo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu o nome de choque de gestão é a ampliação
do emprego público, isto é continuar contratando generosamente “companheiros” selecionados para os cargos mais confortáveis. Uma autêntica peixada. (G.S.)

(*) Foto: Previdência Social, Atendimento Especializado. A fila dos que esperam atendimento enquanto um funcionário joga paciêencia no computador

Leia a matéria em O Estado de São Paulo

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