15 de out. de 2007

Segurou na Serpente

Por Giulio Sanmartini

(*) O que não são e fingem ser só conseguem enojar os que os vêem, sem contudo nunca parecer o que não são (Demóstenes) - Legenda para a foto do general de borra

Nos anos 1950, os programas de auditório da Radio Nacional estavam no auge. Os apresentadores, César de Alencar e Paulo Gracindo defrontavam-se disputando a audiência. Assim como, duas cantoras disputavam a popularidade:
Emilinha Borba e Marlene, conhecida também como Marlene do Rádio ou Carmem Miranda dos Pobres.
Marlene tinha como título a preferida da Aeronáutica e Emilinha a Preferida Marinha, me parece que uma das irmãs Batista (Linda e Dircinha) era a preferida do Exército, mas não lembro, nem tenho certeza que o Exército tivesse uma preferida.
Mais ou menos foi assim que o ministro da Defesa, começou seu divertimento, primeiro foi o Marlene, favorito da Aeronáutica, depois durante as manobras navais no Espírito Santo o Emilinha, favorito da Marinha. Agora entrou até na simulação de guerra com os países fronteiros da Amazônia, levando como ajudante de ordens a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, assim ficou favorito do Exército.
Nelson Jobim, por total desconhecimento vem pisando na bola e mostrando não ter o mínimo preparo para o cargo que lhe foi confiado. Desconhece a liturgia militar, que não pode ser quebrada pois faz parte da disciplina e está é a coluna mestra da instituição, portanto vem sempre arrumando atritos com as forças armadas. Arruma um aqui, conserta, arruma outro lá, coloca uma meia sola acolá e assim vai de tropeção em tropeção.
Agora quebrou a liturgia num evento da Marinha e a coisa que não estava boa piorou:
“Já não andavam boas as relações entre o ministro da Defesa e a Marinha, mas ficaram piores depois que, na semana passada, Nelson Jobim cortou pela metade a visita feita à fragata "Niterói", na Ilha de Mocanguê, na Baía de Guanabara. Porque sendo recebido pelo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, e todo o almirantado servindo no Rio, o ministro ouviu uma conferência do comandante-em-chefe da Armada, almirante Prado Maia, e em seguida deveria percorrer o interior da embarcação, verificando in loco realidades e necessidades.
Para surpresa geral, no entanto, depois de ligeiras declarações aos jornalistas presentes, deixou o navio e foi-se embora. Não teria gostado dos termos da palestra ouvida pouco antes? Faltou-lhe fôlego para a inspeção, dadas as múltiplas escadas que seus mais de cem quilos precisariam subir e descer? De qualquer forma, a Marinha não gostou. (Carlos Chagas)”

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

É o Indiana Gomes em ação...

Abreu disse...

É de mau gosto este comentário (reconheço), mas reparem como ele "segura a cobra" com um verdadeiro "gaúcho-campeiro"...

PS.:- Amigos gaúchos, por favor, acionem a tecla SAP (não há o desejo de menoscabar dos gaúchos, e eu poderia ter restrito aos pelotenses ou campineiros, por exempo, cá em S.Paulo)