Espanta-me ver pessoas que ainda vivem de elogiar ou defender a política em nosso meio. É incrível isso. Espantoso. Para não dizer vergonhoso. Que o sujeito que defende está ganhando é fato, mas cá para nós, isso partindo de jornalistas, não é esquisito? Claro que é. Usar como argumento de que “pior sem eles”, ou coisa do tipo, é legitimar esse estado de coisas monstruosas nesse país. Isso é sensibilidade? Deixa pra lá.
Agora imagine o sujeito trabalhar a sol e pino, na iniciativa privada, lutando para sustentar família, tentando dar educação, saúde, recebendo na maioria das vezes um mísero salário mínimo, e ver seu imposto (altíssimo imposto, diga-se) servir para sustentar mordomias de político. É deprimente. É vergonhoso. Não há adjetivo que possa descrever esse estado absurdo de coisas que ocorre nesse país. E estou falando das mordomias, fora o salário e os por fora. Pode isso? Isso muda? Como se pode defender isso?
Pessoas deslocadas da esfera do poder, trabalhando duro, se matando para produzir, para fazer algo de útil, vendo seu parco dinheiro servir para alimentar essa classe, que usam o poder para colocar famílias, ou privilegiar pequenos grupos, sem ter a menor noção do que seja comunidade, é lamentável, para dizer o mínimo. Como se pode defender isso? Como? Usar espaço de jornal para vangloriar essa gente, para defender essa gente. Que ética é essa?
Levei anos escrevendo em jornais locais, aqui do Estado do RN, para denunciar esse estado de coisas, isso na política (economia também), como principalmente para valorizar o artista local, a prata da casa, a cultura local. Entrei num vácuo sentido por mim de ausência em se falar nessas questões, em especial, claro na cultura. Fui insistente nessas coisas. Hoje, já dá para ver os jornais televisivos locais, por exemplo, abrindo espaço para entrevistar artistas locais. Nunca, sinceramente, tinha visto nada parecido aqui. Que bom! Espero que continue.
Minha idéia era falar disso o máximo possível, e falei, comparei com outros estados, com Recife por exemplo, mostrando que lá era o comum, que a filial da Rede Globo de lá, fazia isso com os artistas locais. Percebia isso quando ia até lá, voltava e escrevia. Hoje está muito melhor por essas bandas. Nunca vi tanta gente valorizando e falando sobre o que é nosso, sobre o artista local. Cobrando espaço, e mesmo abrindo espaço. Mas em relação à política pouca coisa mudou. Quase nada diria. A política parece ser imutável. Pelo menos nesse país e mais ainda no Nordeste. É incrível.
Domingo último foi publicado uma reportagem excelente num dos jornais locais, sobre as verbas destinadas do orçamento estadual, ou seja do Governo do Estado, para a “nossa” Assembléia Legislativa, dita como a “casa do povo”. Não mereceu nenhuma repercussão nos meios televisivos. Aqui quando muito há a mera divulgação. E os números divulgados são estarrecedores, em se tratando de um Estado pobre e carente como o nosso. O incrível na matéria foi perceber que os Estados mais pobres (incrível isso) do Nordeste são exatamente aqueles que mais destinam verbas para sustentar as Assembléias. Pode isso? Bahia, Pernambuco e Ceará, por exemplo, proporcionalmente destinam muito menos com orçamentos bem maiores. Talvez isso explique porque eles são mais fortes e ricos do que nós, e dos outros Estados mais pobres. Inclusive culturalmente. E tome imposto para sustentar as mordomias. É inacreditável. Deve ser por isso que tantos falam bem da nossa política. Isso explica certamente.
Recentemente divulguei em um dos espaços locais onde escrevo, que circula no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, uma nova emenda, propondo em aumentar (imagine) em mais (quase) 8 mil vereadores no país. Pode isso? E para quê? Para quê, mais 8 mil vereadores? E haja impostos do suor dos brasileiros. No entanto, não vi nenhum jornal noticiar a não ser um site local, o site Nominuto do jornalista Diógenes Dantas. Mas é pouco. Nenhum questionamento. Aqui não se faz questionamento sobre questões importantes. Mera divulgação.
Enquanto isso, o governo cria um oba-oba a nível federal para divulgar as novas conquistas da Petrobras. E aqui no meu Estado uma ponte, pode acreditar, uma ponte construída está sendo motivo de contratação de bandas, cantores populares para a inauguração, que claro, está sendo pago com o dinheiro do contribuinte. Uma Ponte dará um futuro mandato de senadora a atual governadora do RN. Pode isso? Só no Brasil e em especial no Nordeste. Como se pode defender isso?
Levei anos escrevendo em jornais locais, aqui do Estado do RN, para denunciar esse estado de coisas, isso na política (economia também), como principalmente para valorizar o artista local, a prata da casa, a cultura local. Entrei num vácuo sentido por mim de ausência em se falar nessas questões, em especial, claro na cultura. Fui insistente nessas coisas. Hoje, já dá para ver os jornais televisivos locais, por exemplo, abrindo espaço para entrevistar artistas locais. Nunca, sinceramente, tinha visto nada parecido aqui. Que bom! Espero que continue.
Minha idéia era falar disso o máximo possível, e falei, comparei com outros estados, com Recife por exemplo, mostrando que lá era o comum, que a filial da Rede Globo de lá, fazia isso com os artistas locais. Percebia isso quando ia até lá, voltava e escrevia. Hoje está muito melhor por essas bandas. Nunca vi tanta gente valorizando e falando sobre o que é nosso, sobre o artista local. Cobrando espaço, e mesmo abrindo espaço. Mas em relação à política pouca coisa mudou. Quase nada diria. A política parece ser imutável. Pelo menos nesse país e mais ainda no Nordeste. É incrível.
Domingo último foi publicado uma reportagem excelente num dos jornais locais, sobre as verbas destinadas do orçamento estadual, ou seja do Governo do Estado, para a “nossa” Assembléia Legislativa, dita como a “casa do povo”. Não mereceu nenhuma repercussão nos meios televisivos. Aqui quando muito há a mera divulgação. E os números divulgados são estarrecedores, em se tratando de um Estado pobre e carente como o nosso. O incrível na matéria foi perceber que os Estados mais pobres (incrível isso) do Nordeste são exatamente aqueles que mais destinam verbas para sustentar as Assembléias. Pode isso? Bahia, Pernambuco e Ceará, por exemplo, proporcionalmente destinam muito menos com orçamentos bem maiores. Talvez isso explique porque eles são mais fortes e ricos do que nós, e dos outros Estados mais pobres. Inclusive culturalmente. E tome imposto para sustentar as mordomias. É inacreditável. Deve ser por isso que tantos falam bem da nossa política. Isso explica certamente.
Recentemente divulguei em um dos espaços locais onde escrevo, que circula no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, uma nova emenda, propondo em aumentar (imagine) em mais (quase) 8 mil vereadores no país. Pode isso? E para quê? Para quê, mais 8 mil vereadores? E haja impostos do suor dos brasileiros. No entanto, não vi nenhum jornal noticiar a não ser um site local, o site Nominuto do jornalista Diógenes Dantas. Mas é pouco. Nenhum questionamento. Aqui não se faz questionamento sobre questões importantes. Mera divulgação.
Enquanto isso, o governo cria um oba-oba a nível federal para divulgar as novas conquistas da Petrobras. E aqui no meu Estado uma ponte, pode acreditar, uma ponte construída está sendo motivo de contratação de bandas, cantores populares para a inauguração, que claro, está sendo pago com o dinheiro do contribuinte. Uma Ponte dará um futuro mandato de senadora a atual governadora do RN. Pode isso? Só no Brasil e em especial no Nordeste. Como se pode defender isso?
3 comentários:
Só quem defende isso, é essa pouca vergonha que se chama politicos.
Cada povo tem o governo que merece.
Caro jornalista Laurence:
Concordo plenamente com você. Aqui em São Carlos/SP, quando na última eleição para vereadores, tínhamos 21 cadeiras, as quais foram reduzidas para 13. Pergunta-se: diminuíram as despesas? Não, claro que não, pelo contrário, contrataram mais um assessor(agora são 3) para cada vereador. É muita sacanagem, excesso de politicagem e pouco benefício para a população.
Postar um comentário