A sessão do dia 13 de novembro na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, quando foi reprovado o relatório da senadora democrata Kátia Abreu (TO) contra a prorrogação da CPMF até 2011, proporcionou momentos hilários aos telespectadores que acompanhavam a sessão pela TV Senado, que quebrando norma regimental deixou de transmitir a sessão ordinária no plenário da Casa.
Um deles foi protagonizado pelo líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e o tucano Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que não gostou da atitude de Jucá de usar o celular enquanto ele discursava.
- Só vou continuar meu discurso quando senador Romero Jucá desligar o telefone – disse um irritado Flexa Ribeiro.
Romero Jucá continuou a conversa ao telefone. O presidente da CCJ, Marco Maciel (DEM-PE) pediu a Flexa que continuasse sua intervenção e ouviu como resposta:
- Não. Acho uma falta de respeito. Estou aqui falando e o senador Romero Jucá falando com o presidente Lula ao telefone.
Jucá disse que não falava com Lula, mas com um deputado, ao que retrucou Flexa:
- Vossa Excelência sabe que eu tenho o maior respeito pelo senhor.
- Imagina se não tivesse... – brincou com ironia Jucá.
- Tenho sim. O senhor que já foi líder do governo Fernando Henrique, é agora líder do governo Lula e certamente será líder do próximo governo do PSDB. O senhor está convidado desde agora, com essa frase Flexa encerrou a reprimenda levando os demais senadores às gargalhadas.
Logo depois o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) fez questão de ler a nota de Pedro Simon (PMDB-RS) sobre sua substituição na CCJ.
"Hoje à tarde, ao chegar ao Senado, comuniquei aos líderes do governo no Congresso, e do PMDB, que votaria contra a CPMF. Fui informado, então, pela senadora Roseana Sarney que a bancada do PMDB decidiu votar favorável e substituir quem se declarasse contra. Mantenho minha convicção e darei meu voto contra na votação definitiva em plenário".
Incomodado com a leitura da nota o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO) respondeu que "o problema das informações são os ruídos".
- Se minha intenção fosse substituir os senadores contrários à CPMF, também teria retirado o senador Jarbas Vasconcelos -, disse Raupp.
Segundo Raupp, Simon teria dito a ele que não se sentia preparado para votar e ouviu um “ah! bom” de um senador.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) se absteve de votar o relatório de Kátia Abreu. Ele quer garantias de que o governo reduzirá gastos, pois não se sentiu convencido pelas propostas do ministro Guido Mantega, da Fazenda.
Ao se abster na CCJ, Péres deixou o governo com a pulga atrás da orelha, pois não sabe o que fazer para convencer o amazonense a votar a favor da prorrogação.
O PSDB tentou adiar a votação sem sucesso e partiu para o prolongamento da sessão, cobrando, inclusive, que fosse servida uma merendinha para enganar a fome. O líder Virgílio apelou a Maciel:
- Quando Antônio Carlos Magalhães presidia essa comissão, tinha lanchinho.
Novamente, Flexa Ribeiro protagonizou outro momento de descontração ao indagar do senador Eduardo Suplicy (PT-SP):
- Senador Eduardo Suplicy: diga os nomes dos 37 ministros do governo Lula. Diga. Não precisa dizer que ministérios eles ocupam. Basta dar os nomes deles.
- Se disser o nome de 20, de apenas 20, eu votarei a favor da CPMF – pilheriou Demóstenes Torres (DEM-GO).
O sempre falante Suplicy ficou mudo. Vez de conta que não era com ele.
Finalmente a votação, depois de horas de discursos, pela ordem, artigo 14 e questões de ordem. O governo por 12 votos a nove e uma abstenção ganhou a parada. O relatório de Kátia Abreu foi rejeitado. Fica valendo o voto separado de Romero Jucá, uma cópia do relatório aprovado na Câmara, que a partir de agora é o novo relator da matéria.
A vitória do governo na CCJ não foi fácil. Foi preciso trocar dois senadores da bancada governista, para garantir a vitória, que foi comemorada com muita cautela, pois não existe a garantia do voto favorável a prorrogação da CPMF até 2011 do senador Jefferson Péres.
O governo precisa de 49 votos no plenário. A base aliada de Lula tem 53 senadores e não deve contar com os votos de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que votou contra na CCJ, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RO), que foi sacado da CCJ, Pedro Simon (PMDB-RS), trocado pelo líder do PMDB na comissão e Mão Santa (PMDB-PI).
53 e três menos quatro igual a 49, um placar muito apertado. Pois um voto pode enviar a vaca da CPMF para o brejo.
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) votou a favor da prorrogação na CCJ, mas pode não repetir o voto, senão botar fé nas garantias dadas por Mantega.
Além disso, surgiu um novo problema. O PTB não gostou de ver Mozarildo ser trocado pela líder Ideli sem ser consultado, principalmente por não haver fechado questão em favor da PEC da CPMF. O presidente do partido, Roberto Jefferson, convocou uma reunião da executiva do partido para retirar o partido do bloco governista e decidir como desagrava Mozarildo.
Para ter uma boa folga de votos no plenário, o governo precisa conquistar uns votinhos entre os 32 senadores do PSDB e DEM. Isso vai custar muito caro, pois ninguém vai correr o risco de ter a ira das direções partidárias dos dois partidos pelo palavrório de Lula.
Vão quer um excelente toma-lá-dá-cá.
Jucá disse que não falava com Lula, mas com um deputado, ao que retrucou Flexa:
- Vossa Excelência sabe que eu tenho o maior respeito pelo senhor.
- Imagina se não tivesse... – brincou com ironia Jucá.
- Tenho sim. O senhor que já foi líder do governo Fernando Henrique, é agora líder do governo Lula e certamente será líder do próximo governo do PSDB. O senhor está convidado desde agora, com essa frase Flexa encerrou a reprimenda levando os demais senadores às gargalhadas.
Logo depois o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) fez questão de ler a nota de Pedro Simon (PMDB-RS) sobre sua substituição na CCJ.
"Hoje à tarde, ao chegar ao Senado, comuniquei aos líderes do governo no Congresso, e do PMDB, que votaria contra a CPMF. Fui informado, então, pela senadora Roseana Sarney que a bancada do PMDB decidiu votar favorável e substituir quem se declarasse contra. Mantenho minha convicção e darei meu voto contra na votação definitiva em plenário".
Incomodado com a leitura da nota o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO) respondeu que "o problema das informações são os ruídos".
- Se minha intenção fosse substituir os senadores contrários à CPMF, também teria retirado o senador Jarbas Vasconcelos -, disse Raupp.
Segundo Raupp, Simon teria dito a ele que não se sentia preparado para votar e ouviu um “ah! bom” de um senador.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) se absteve de votar o relatório de Kátia Abreu. Ele quer garantias de que o governo reduzirá gastos, pois não se sentiu convencido pelas propostas do ministro Guido Mantega, da Fazenda.
Ao se abster na CCJ, Péres deixou o governo com a pulga atrás da orelha, pois não sabe o que fazer para convencer o amazonense a votar a favor da prorrogação.
O PSDB tentou adiar a votação sem sucesso e partiu para o prolongamento da sessão, cobrando, inclusive, que fosse servida uma merendinha para enganar a fome. O líder Virgílio apelou a Maciel:
- Quando Antônio Carlos Magalhães presidia essa comissão, tinha lanchinho.
Novamente, Flexa Ribeiro protagonizou outro momento de descontração ao indagar do senador Eduardo Suplicy (PT-SP):
- Senador Eduardo Suplicy: diga os nomes dos 37 ministros do governo Lula. Diga. Não precisa dizer que ministérios eles ocupam. Basta dar os nomes deles.
- Se disser o nome de 20, de apenas 20, eu votarei a favor da CPMF – pilheriou Demóstenes Torres (DEM-GO).
O sempre falante Suplicy ficou mudo. Vez de conta que não era com ele.
Finalmente a votação, depois de horas de discursos, pela ordem, artigo 14 e questões de ordem. O governo por 12 votos a nove e uma abstenção ganhou a parada. O relatório de Kátia Abreu foi rejeitado. Fica valendo o voto separado de Romero Jucá, uma cópia do relatório aprovado na Câmara, que a partir de agora é o novo relator da matéria.
A vitória do governo na CCJ não foi fácil. Foi preciso trocar dois senadores da bancada governista, para garantir a vitória, que foi comemorada com muita cautela, pois não existe a garantia do voto favorável a prorrogação da CPMF até 2011 do senador Jefferson Péres.
O governo precisa de 49 votos no plenário. A base aliada de Lula tem 53 senadores e não deve contar com os votos de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que votou contra na CCJ, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RO), que foi sacado da CCJ, Pedro Simon (PMDB-RS), trocado pelo líder do PMDB na comissão e Mão Santa (PMDB-PI).
53 e três menos quatro igual a 49, um placar muito apertado. Pois um voto pode enviar a vaca da CPMF para o brejo.
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) votou a favor da prorrogação na CCJ, mas pode não repetir o voto, senão botar fé nas garantias dadas por Mantega.
Além disso, surgiu um novo problema. O PTB não gostou de ver Mozarildo ser trocado pela líder Ideli sem ser consultado, principalmente por não haver fechado questão em favor da PEC da CPMF. O presidente do partido, Roberto Jefferson, convocou uma reunião da executiva do partido para retirar o partido do bloco governista e decidir como desagrava Mozarildo.
Para ter uma boa folga de votos no plenário, o governo precisa conquistar uns votinhos entre os 32 senadores do PSDB e DEM. Isso vai custar muito caro, pois ninguém vai correr o risco de ter a ira das direções partidárias dos dois partidos pelo palavrório de Lula.
Vão quer um excelente toma-lá-dá-cá.
Um comentário:
Adriana, até a votação da CCJ, eu achava que o governo ganharia a batalha.Agora, estou em dúvida. O PTB botou as manguinhas de fora. Roberto Jefferson sabe que esta é uma boa oportunidade para se vingar.Dos 6 senadores do PTB, Mozarildo, Tuma(ameaçado de perder o mandato pelo DEM) e Zambiazi podem virar o jogo.O "toma lá da cá" aí vai custar caro. Cesar Borges, como um amigo bahiano antenado havia me falado, negociou com o DEM o voto da CPMF pelo seu mandato.Osmar Dias do PDT negociou com o irmão o apoio do PSDB à sua candidatura ao governo do Paraná em 2010.Em troca, Álvaro Dias sairá para o Senado novamente.E uma bomba no PT: Flávio Arns que está mais quieto que passarinho na muda deve votar contra a CPMF pois quer sair candidato a prefeito em 2008 pelo...PDT!Uma coisa é certa:será o "vale-tudo" daqui para a frente. O Eduardo Jorge me disse por email que o governo está disposto a gastar até um bilhão em agrados.
Vamos ver.Eu todos os dias mando torpedos via email para os senadores.Minha tecla "Enter" já está gasta(rs). Espero que muita gente esteja fazendo isso. Pressão total.
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