24 de nov. de 2007

"Democradura" Venezuelana

John Reed (foto), foi um jornalista estadunidense, que por suas convicções comunistas relatou de forma genial algumas revoluções, sendo que a Russa resultou num livro indispensável: “”Dez dias que abalaram o mundo.
De seu relato sobre a revolução mexicana de Madero, Pancho Vila e Zapata (México rebelde), que Carlos Chagas vai buscar material para falar sobre a atual “democracia” venezuelana.
“Evoluiu a discussão sobre se a Venezuela deve ou não entrar para o Mercosul. O debate, agora, refere-se a ser aquele país uma democracia ou uma ditadura. O presidente Lula saiu em defesa de Hugo Chávez, vencedor de várias eleições e plebiscitos. Seguiram-se iguais pronunciamentos do chanceler Celso Amorim, do secretário Samuel Pinheiro Guimarães e do assessor Marco Aurélio Garcia, entre outros.
A história latino-americana mostra-se rica em matéria de interpretações sobre a natureza de regimes e movimentos. John Reed, o genial autor dos "Dez dias que abalaram o mundo", não dedicou sua vida de jornalista apenas à revolução russa. Antes de chegar a Petrogrado, cobriu os dias finais da revolução mexicana, tendo escrito livro imperdível, "México rebelde".
Pois conta John Reed que estava na cidade do México quando lá entraram, lideradas por Francisco Madero, as tropas vitoriosas de Pancho Villa, vindo do Norte, e Emiliano Zapata, do Sul. Milhares de peões a cavalo, chapelão e cartucheiras, percorriam as ruas da capital em grande algazarra, gritando entusiasmadas palavras de ordem, entre as quais sobressaía "Viva la democrácia!"
A grande maioria dos "irregulares" era constituída de analfabetos, camponeses sem intimidade com a civilização e a cultura. O jornalista passou a conversar com eles, pretendendo saber o que queriam e o que pensavam. Fazia uma pergunta comum, a respeito do que entendiam por democracia, e as respostas, quase em uníssono, deixaram-no pessimista: "Viva la democrácia!" era uma saudação respeitosa à excelentíssima senhora esposa do dr. Francisco Madero...
Pois é. A democracia dispõe de incontáveis versões. Quem sabe os nossos companheiros aqui em Brasília reconhecem a existência de democracia na Venezuela pensando na harmonia que caracteriza a vida conjugal do presidente Hugo Chávez.”

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