14 de nov. de 2007

Educação

Por Peter Wilm Rosenfeld

Dois fatos me impactaram fortemente na semana passada, ambos tendo a ver com EDUCAÇÃO, apesar de serem totalmente distintos.
Vamos lá:
Fato 1 – No fim de semana, foi encerrada mais uma rodada dos países ibero-americanos (em meu tempo de jovem, a pronúncia era íbero; não me lembro quando passaram a ser chamados de ibero), com a presença de todos os países ibéricos das Américas mais Espanha e Portugal.
Falava o Presidente espanhol, Zapatero, interrompido pelo bufão-mor das Américas, Hugo Chávez, que começou a criticar o ex-Presidente espanhol Aznar. Começou aí a falta de educação do Sr. Chávez, apartando quem falava sem que o aparte tivesse sido solicitado e muito menos concedido.
O Sr. Zapatero respondeu que desejava que fosse respeitado o ex-Presidente espanhol, que havia sido eleito pelo povo em eleições livres (ao contrário do que acontece na Venezuela). O Sr. Chávez continuou falando sem que a palavra lhe tivesse sido concedida, o que levou o Rei da Espanha a fazer algo que eu nunca tinha visto: virar-se para o venezuelano e lhe dizer, rispidamente “por que no te callas”.
E olhe-se que o Rei Juan Carlos é pessoa extremamente educada e polida; somente uma excepcional raiva contra uma pessoa grosseira poderia tê-lo levado a dizer o que disse no tom de voz em que o fez.
O Presidente (?) Chávez provou mais uma vez que não tem a menor condição de ser o Presidente de um país. Serve, no máximo, para ser o que é, um pobre coitado de um bufão, que está tentando subverter a América Latina com o dinheiro do petróleo. Falta-lhe um mínimo de educação, já tendo demonstrado essa sua condição ao desrespeitar o tempo concedido aos Chefes de Estado e/ou de Governo para sua fala final (coisa que também fez quando discursou na ONU recentemente, o que está a demonstrar que realmente, não tem a menor compostura).
Da mesma forma, desrespeitou o Senado brasileiro ao dizer que era capacho do governo americano. E já desrespeitou o Brasil ao se referir a nosso País em termos desabonadores.
E o top,top aspone Marco Aurélio Garcia está convencendo nosso Presidente da Silva a defender o Sr. Chávez em suas pretensões hegemônicas, quer aceitando-o no Mercosul, quer investindo em uma refinaria de petróleo em Pernambuco. É lamentável. Educação e respeito às pessoas faltam em termos absolutos ao Sr. Chávez.
Fato 2 – O programa Fantástico do último domingo na Rede Globo apresentou uma reportagem sobre a situação da Educação no Brasil, com o resultado de um teste aplicado a milhares de alunos pelo Brasil afora, cobrindo conhecimentos de português, matemática, história e geografia. O resultado foi absolutamente desastroso. Os jovens e as crianças que se submeteram ao teste obtiveram notas impressionantemente desalentadoras. A mesma reportagem, em seguida, mostrou escolas em um sem número de localidades, e confesso que me se senti envergonhado com o que vi.
O Presidente da Silva proclama que conhece o Brasil melhor do que ninguém, pois percorreu todo o País em suas campanhas eleitorais (quatro, ao todo...). Duvido que realmente conheça o Brasil; certamente não viu o que a reportagem nos mostrou no domingo passado.
Mais, se tivesse visto não teria permitido que a situação continuasse se realmente quisesse fazer o Brasil progredir. E, como não poderia deixar de ser, foi-nos exibida apenas uma pontinha do “iceberg” que representa esse descalabro.
“Escolas” funcionando em taperas, chão de terra batida, sem a menor condição de funcionamento. Luz, água, sanitários inexistentes. Em uma das “escolas”, a professora ministrava as aulas ao ar livre, pois não havia qualquer tipo de ambiente fechado; quando ventava, o quadro negro (verde, na realidade) voava.
E essa situação existe em todo o País, principalmente no norte/nordeste, região de onde veio o Sr. da Silva.
E, por tudo o que foi mostrado, nada, absolutamente nada, foi feito nos cinco anos de (des)governo do Sr. da Silva. Enquanto isso, os assim falados “movimentos sociais”, com a preeminência do nefasto MST, recebem milhões de reais do governo para financiar suas invasões de terra e destruição de propriedades em todo o País.
Milhares de CCs. pululam por todo o governo federal. Ministérios inúteis são criados às mancheias. A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, comporta só uma pequena parcela do funcionalismo federal, apesar dos “anexos” que foram sendo construídos ao longo do tempo. Milhões de reais são pagos a título de locação de espaço para acomodar essa multidão de funcionários, a maior parte absolutamente desnecessários.
E não há quem não saiba que o ensino, a educação, são fundamentais para o desenvolvimento do País. Exemplos no mundo existem muitos. E não precisamos de universidades e de universitários. Necessitamos, sim, de u’a multidão de brasileiros que tenham muito bons conhecimentos básicos e de técnicos especializados. O País já se ressente da falta de mão de obra com essas qualificações, enquanto há milhares de universitários sem emprego.

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