Então o rei falou ...

Por Ralph J. Hofmann

Interessante como achamos que as outras pessoas vêem a lógica como nós a vemos. Descobri que tem gente que considera um absurdo a intervenção do Rei Juan Carlos quando mandou Chavez calar a boca. Insultam-no e espalham velhas histórias sobre sua burrice, quando na realidade ele foi o mais sábio e paciente nobre que já teve de convencer um caudilho (Franco) de que não mexeria no “status quo”. Conseguindo o cargo tem desempenhado o mesmo com dignidade, convivendo com a inevitável alternância de poder.
Já Chavez engoliu o microfone. Anda para cima e para baixo falando. Nunca se cala. O conteúdo do que diz é perfeitamente descartável. Não estivesse com a chave do caixa de um dos maiores fluxos de caixa do ocidente os leões de chácara e os varredores o removeriam junto com as caixas e copos de papel usados do MacDonalds.

Nas reuniões da América do Sul então nem se fala. Aparteia sem receber a palavra, age exatamente como o que é. Um sujeito que elimina qualquer oposição em casa, não ouve voz contrária e estende isso para as reuniões internacionais.
Nada mais natural do que, numa reunião internacional em que estava presente a Espanha, uma das economias mais ativas deste começo do século, independente de ter petróleo ou não, quando Chavez interrompeu o palestrante espanhol, insultou a política externa da Espanha e não quis deixar o primeiro ministro espanhol defender seu predecessor, o Rei, ungido do seu cargo de Chefe de Estado, exerceu o mesmo defendendo atos de ministros eleitos legalmente. O que importa é a validade do mandato. Mesmo que já tenha se encerrado. O Rei defendeu a legalidade. Mandou calar o crítico. Poderia ter mandado calar pela má educação. Mas também podia mandar calar pelo besteirol que representava.
O que se deveria cobrar neste país é por que Lula e Marco Aurélio defendem o Macaco de Pijama Vermelho Chavez. Por que não mandam Evo Morales Calar a boca também. Começo a defender a monarquia nessas alturas. Se pudéssemos ter certeza de um monarca como Juan Carlos.Alguém que sentado no pódio junto com Lula, ouvindo mais um nuncantesnestepaiz dissesse como se fosse o Irmão Diretor de Escola de Padres. “Lula, depois do jantar passa na minha sala levar 20 varadas com vara de marmelo”.