1 de nov. de 2007

Legisladores e oportunistas

Por Plínio Zabeu

Vivemos uma época toda especial no Brasil atual. Temos a Justiça e o Executivo legislando, quer por decisões do STF, quer pelo recorde de Medidas Provisórias, enquanto o Legislativo – que teria esta incumbência, segundo a Constituição – simplesmente se acomoda em troca de benesses e favores daqui e dali.
Dos escândalos pouco se fala atualmente, mostrando uma aceitação vexatória do povo que parece concluir que “não tem mais jeito mesmo”, e pronto. Fica assim e acabou. Num infernal troca-troca, ou toma lá da cá, voltamos à situação semelhante quando da volta do governo civil. Naquele tempo assistíamos, revoltados, cenas de troca de favores ou vantagens – de mais verbas, mais cargos até concessões de estações de rádio e TV – apenas por mais um ano de mandato do então presidente que assumiu, não pelo voto, mas pela morte do eleito antes da posse.
São águas passadas? Não. As conseqüências vivemos hoje. Oposição daquele tempo – terrível, invencível, fortíssima – hoje governo, age do mesmo modo para se manter indefinidamente no poder. E o presidente, carismático como só ele, insiste em “negar” interesse por um terceiro mandato. Hugo Chávez pelo menos mostra a pretensão, doa a quem doer, diferentemente do discípulo Lula.
Para isso lança-se mão de todos os recursos. Não há limite de gastos. Nesta semana, o presidente juntamente com seus mais próximos ministros (aquela que recomenda “relaxar e gozar” sempre que encontra dificuldade e aquele que usa atos obscenos contra quem não aceita gostar dele, funcionários e convidados viajaram à Suíça para o “sorteio” do país sede da copa de 2014. Também lá estavam 22 governadores. Quem pagou as passagens? Esqueceram-se do principal jogador de todos os tempos, que por acaso é um brasileiro. Depois de todos se apresentarem, o alemão Beckenbauer perguntou: “ E o Pelé?” Ninguém sabia a resposta.
E o único candidato foi sorteado. Alegria, principalmente para os que, como aconteceu no Pan, entrarão numa grana firme com os gastos astronômicos. Sempre maiores que os constantes nos contratos. Festas, medalhas de ouro, mas o que marcaram mesmo foi a submissão total do governo brasileiro ao ditador genocida Fidel Castro e as enormes construções pouco aproveitáveis.
A Copa certamente trará mais força aos atuais políticos e uma merecida alegria aos brasileiros, para se esquecerem de quem merece ou não seus votos. De bom, de útil mesmo, quem sabe sobrará uma melhora no sistema de segurança do Brasil.

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