14 de nov. de 2007

Petróleo

Por Plínio Zabeu

Quem acompanha a história da prospecção e refino de petróleo em solo brasileiro – desde os tempos de Monteiro Lobato – sabe que nosso imenso território sempre teve jazidas do precioso líquido. Poços em terra firme foram perfurados. Alguns em terras não tão firmes assim, como a aventura desastrada da Paulipetro.
Nos anos da ditadura militar o então presidente Médici, depois de conhecer a existência de imensa reserva na costa brasileira ( região de Santa Catarina até o Espírito Santo), conseguiu, via negociações internacionais, estender nossos limites – até então de 12 – para 200 milhas. Tal providência nos assegurou a sua posse, agora anunciada como novidade.
Motivo de festa, de alegria e entusiasmo para todos os brasileiros. Mas não devemos nos gabar das vantagens hoje já que, para perfuração e retirada do líquido de uma profundidade maior que 6 mil metros, muita tecnologia e muito dinheiro deverão ser alocados. O leilão de empresas para tal prospecção deverá ser realizado brevemente em substituição a outro, já marcado, em que muitas delas – inclusive estrangeiras – já tinham investido pesadamente. Este adiamento pode resultar em falta de confiança de novos investidores com prejuízo para o país quanto ao tempo de resultados.
Tal anúncio foi feito numa época importante para o prestígio do governo que sofreu certo abalo com a escassez repentina do gás usado para gerar energia ou mover veículos. O abalo foi tanto que fontes governamentais já confessam o erro cometido ao incrementar o uso do gás sem ter a certeza de provimento. Principalmente quando o produto deverá nos custar mais caro e racionado pelo amigo do presidente, o ditador cocaleiro boliviano.
Esperamos que o governo atual e os sucessores tenham capacidade suficiente para gerenciar tal capital natural, usando-o em benefício de todo o povo visando crescimento nacional. Não copiar de Chávez (a quem Lula tem a coragem de classificar como “super democrático”). Com o vexame talvez ele agora mude um pouco. Foi necessário o dirigente espanhol mandá-lo calar a boca, coisa que nosso presidente deveria ter feito quando o ditador chamou nosso governo de “pau mandado” de Bush e depois fez gozação chamando Lula de “magnata do petróleo” (tal como ele se considera). Talvez mais gente crie coragem e também levante a voz contra o tirano. Algo de bom já aconteceu: Deixaram de lado o estúpido gasoduto transbrasiliano (coisa de aloprados) e parece que, felizmente, ele estará fora do Mercosul.
pzabeu@uol.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Só tá faltando previsão de Nostradamus sobre esse petróleo.
Monteiro Lobato já sabia, Maluf já sabia, a ditadura militar já sabia, o PSDB já sabia e sem o governo FHC teria sido impossível a descoberta ( http://www.psdb.org.br/noticias.asp?id=33398 ), a Globo já sabia ( http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM752632-7823-ALEXANDRE+GARCIA+COMENTA+A+DESCOBERTA+DE+RESERVAS+DE+PETROLEO+NA+BACIA+DE+SANTOS,00.html - reparem na cara de velório e na gaguejação do Alexandre Garcia ).
Prá variar só o Lula não sabia?

Anônimo disse...

Senhores, vamos ser coerentes. O Brasil só explora petroleo em águas profundas, cujo custo é altíssimo, cujo maquinário é todo alugado de firmas estrangeiras e nem vamos entrar no tópico de como são feitos estes negócios. E o petroleo em terra firme? Só tem no lado venezuelano. Da fronteira Brasil adentro não tem mais? Alguém se lembra do poço de Carajás? Na minha cidade, teve um idealista, geólogo, que se dispôs a mostrar onde tinha petroleo em terra firme e explorável. Sabem o resultado? Taxado de louco e agitador. Por pouco não foi preso. O SNI monitorou ele por um bom tempo.