Senhores Senadores:
Confesso que não sabia que existia essa pesquisa.
Fico me perguntando como alguém, neste Congresso, e a essas alturas, ainda tem a coragem de pedir que o “público” vote no “melhor Parlamentar”.
Ou é gozação, ou é muita alienação – Freud, talvez, explique isso. O Sigmund, certamente, não o Godoy.
É, no mínimo, muita falta de sensibilidade.
Com o perdão do termo, o país vive uma verdadeira baderna institucional.
A justiça se desmanchando moralmente na incompetência, nas denúncias de corrupção e nas absurdas brigas públicas do Supremo, ora entre si, ora com o executivo, ora com o legislativo, numa demonstração de total falta de sensibilidade com a importância que tem.
No Congresso, o Senado, a única Casa que ainda mantinha o equilíbrio entre a integridade e a desmoralização total da classe política, pelo menos para consumo do “público”, depois do surreal processo contra o seu presidente, viu ruir o que restava de respeitabilidade. A Câmara, já havia enterrado a sua no debochado “acordo de compadres” feito na absolvição dos Deputados envolvidos no escândalo do mensalão, para ficar com o mais famoso, deboche, diga-se, que alcançou o seu “estado de arte” com a dança de comemoração da ex-Deputada Ângela Gadagnin, certamente, um retrato acabado da falta de respeito, de espírito público, de auto crítica, sob qualquer ponto de vista.
O Executivo, sem qualquer rumo ou resquício de planejamento e autoridade política, navega entre planos mirabolantes, demonstrações de ufanismo, declarações absurdas e loteando tudo o que pode para manter um mínimo de capacidade de governar. Tudo isso embalado por pura sorte, na onda do crescimento do comércio mundial – me pergunto: até quando?
Ainda por cima, a Nação assiste os seus serviços públicos e sua infra-estrutura esfrangalharem-se, diante da falta de planejamento, da falta de liderança técnica, com a qualidade de serviços abaixo da crítica, isso quando alguém se digna a prestá-los. Isso custa sangue ao contribuinte que, além de ver o seu dinheiro queimado, ainda tem que “navegar” num mar de burocracia, incompetência, e falta de respeito, com funcionários públicos praticamente dando expediente para esperar a hora de se aposentar.
A imagem que se tem não é melhor que essa, Senador, pelo menos para quem tem alguma capacidade de formar opinião crítica.
Por isso, com toda a franqueza, não me sinto em condições de fazer uma escolha dessas, pelo simples fato de achar que não há “Parlamentar” que mereça ser qualificado de “melhor”. Até acho que há aqueles que são íntegros, mas pecam pela inépcia e covardia de não defender – radicalmente, como defendem os seus salários – os seus princípios e valores morais, e os da Nação. Com isso, tornam-se coniventes, o que, ao final das contas, os desmoraliza, também.
Enfim, Senador, por não ter condições de dar um voto, preferi perder o meu tempo fazendo o registro de um desabafo.
Saudações
E.P.Douat – Um representante do tal do “Público”.
Joinville – SC
Joinville – SC
3 comentários:
Parabéns ao E.P.Douat (de Joinville - SC) por ter conseguido superar a náusea e a indignação e responder de forma clara e educada ao parlamentar.
Às vezes é muito difícil conter a revolta ao ver tanta desonestidade, indignidade, falta de vergonha, corrupção e falta de decência nos políticos brasileiros, que acabamos por exteriorizar nossa repulsa de forma exagerada e ultrapassamos os limites do bom senso.
Certamente os votos que o parlamentar solicita só os conseguirá no próprio partido do governo, permanentemente envolvido em falcatruas e fraudes e total "ignorância" (ninguém sabe de nada), além de os conseguir na base aliada e nos eleitores de alguns dos seus pares que colocam e retiram assinaturas nas investigações, de acordo com as próprias conveniências, de acordo com as marés.
Minha sugestão é para que seja institucionalizada uma pesquisa, que poderá mostrar, verdadeiramente, a qualidade dos políticos brasileiros nesta era lula-pt.
A pesquisa será:
Qual é o melhor... PRA LAMENTAR!
Que tapa de pelica, heim! Não poderia deixar de manifestar-me. Entretanto, esse tapa ainda creio que seja pouco nesta cambada, defendo a idéia de que, pela internete com identificação de título de eleitor e outros documentos, após dois anos da posse deles, deveríamos votar facultativamente se deveriam continuar ou não. Isto é democracia, quem os elege, também podem tirá-los do cargo.
Alô, Ralph.
De acordo com a sacada da Vivi, são praticamente todos pralamentares.
Como repetiu o Celso, o melhor pralamentar é o Renan.
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