O povo brasileiro não parece ter alternativas após o novo fiasco de companheirismo ocorrido no senado. Despedir o congresso. Lá parece não haver muitos estadistas. Parece haver uma preponderância de cúmplices.
Sempre comentei que nos romances portugueses, tais como as obras de Eça de Queiroz, o herói ante duas alternativas, uma que obviamente acabará em tragédia e outra razoável sempre opta pela autodestruição.
Não que o povo brasileiro necessariamente tenha características portuguesas, ou que os portugueses na realidade sejam menos perspicazes que outros povos. Desamarrados do intenso conservadorismo dos anos de Salazar provaram que ainda têm a pujança dos antigos navegadores que desvendaram os mistérios do globo terrestre, ou dos heróis de Alexandre Herculano. Apenas são seus heróis de romance que agem sem medir conseqüências.
O povo brasileiro gerou o que James Michener, no seu romance Hawaii chamava de “O Homem de Ouro”. A sociedade essencialmente multirracial que se alimenta da diversidade.
Contudo, seja qual sua origem, grande parte dos políticos deste país parece ter uma grande similaridade com o Deputado Justo Veríssimo, personagem de esquetes do Chico Anísio. “Estou aqui para me arrumar”.
O país funciona em tudo que não seja governo. Há pessoas egressas de indústrias que abrem oficinas e geram respeitáveis negócios. Há empresários capazes de gerar impérios industriais. Das universidades saem homens criativos que abrem caminho nos seus campos de atuação. E isto apesar de ambientes instáveis que solapam seus esforços. Juros e impostos escorchantes que tornam a convivência com uma moeda valorizada difícil, e que fazem 80% dos pequenos empreendimentos falir em menos de dois anos, empreendimentos que há trinta e cinco anos teriam frutificado gradualmente.
O que não funciona no país é o governo. Os vilões são as instituições que deveriam dar um leve cutucão aqui, outro ali e outro acolá para que o “país do futuro”, descrito como tal por Stephan Zweig na década de quarenta não permaneça eternamente na condição de um fogo fátuo sempre fora do alcance.
Mas neste momento, todas instituições, do executivo, passando pelo judiciário e “last but not least” o legislativo, colocam em primeiro lugar seus apetites por dinheiro e poder. Não conseguem extirpar os cânceres que transformam o país na mais rica das “repúblicas de bananas” de que já se teve notícia.
Sei que não é viável despedir o congresso. Isto seria negar a condição de ser uma democracia.
Mas bem que poderíamos ver carapintadas desfilando maciçamente pedindo a cabeça de figuras como Renan Calheiros,vaiando os que o defenderam com unhas e dentes e celebrando figuras como Jefferson Peres. Bem que poderíamos ver mais vaias ao presidente que acoita, encoraja e abre as sacolas de dinheiro para esses claros desmandos.
Seria interessante ver atores, atrizes, escritores e músicos que subiram em palanques pelo atual governo reconheceram que depositaram sua confiança em quem não o merecia e passar a contribuir para o seu ocaso.
Vamos deixar de nos portar como heróis de Eça de Queiroz. E vamos exigir que nossos parlamentares ajam como criados do povo. Não como algozes do povo.
Contudo, seja qual sua origem, grande parte dos políticos deste país parece ter uma grande similaridade com o Deputado Justo Veríssimo, personagem de esquetes do Chico Anísio. “Estou aqui para me arrumar”.
O país funciona em tudo que não seja governo. Há pessoas egressas de indústrias que abrem oficinas e geram respeitáveis negócios. Há empresários capazes de gerar impérios industriais. Das universidades saem homens criativos que abrem caminho nos seus campos de atuação. E isto apesar de ambientes instáveis que solapam seus esforços. Juros e impostos escorchantes que tornam a convivência com uma moeda valorizada difícil, e que fazem 80% dos pequenos empreendimentos falir em menos de dois anos, empreendimentos que há trinta e cinco anos teriam frutificado gradualmente.
O que não funciona no país é o governo. Os vilões são as instituições que deveriam dar um leve cutucão aqui, outro ali e outro acolá para que o “país do futuro”, descrito como tal por Stephan Zweig na década de quarenta não permaneça eternamente na condição de um fogo fátuo sempre fora do alcance.
Mas neste momento, todas instituições, do executivo, passando pelo judiciário e “last but not least” o legislativo, colocam em primeiro lugar seus apetites por dinheiro e poder. Não conseguem extirpar os cânceres que transformam o país na mais rica das “repúblicas de bananas” de que já se teve notícia.
Sei que não é viável despedir o congresso. Isto seria negar a condição de ser uma democracia.
Mas bem que poderíamos ver carapintadas desfilando maciçamente pedindo a cabeça de figuras como Renan Calheiros,vaiando os que o defenderam com unhas e dentes e celebrando figuras como Jefferson Peres. Bem que poderíamos ver mais vaias ao presidente que acoita, encoraja e abre as sacolas de dinheiro para esses claros desmandos.
Seria interessante ver atores, atrizes, escritores e músicos que subiram em palanques pelo atual governo reconheceram que depositaram sua confiança em quem não o merecia e passar a contribuir para o seu ocaso.
Vamos deixar de nos portar como heróis de Eça de Queiroz. E vamos exigir que nossos parlamentares ajam como criados do povo. Não como algozes do povo.
3 comentários:
Adriana, tentar vencer a manipulação, o duplipensar de 1984, de GEORGE ORWELL dá um trabalho dandado, é um sacerdócio, como você mesma sabe, aqui no seu maravilhoso blog, correndo atrás de informação. Seus habitués são constantes, como o magu, por exemplo, todo dia aqui, ali, participando, aprendendo, ensinando. Ou como eu, que passo muitas vezes a madrugada na internet, me informando, pesquisando em muitos sites para esclarecer meus alunos, não politizando, mas incentivando um crescimento cultural. É um sacerdócio realmente e, enquanto as pessoas vivem seus cotidianos, esses corruptos têm o régio salário deles para roubar-nos. Eles têm todo o tempo do mundo, eles são pagos para conspirar e se beneficiar e têm a máquina na mão; as chaves dos cofres são deles e eu tinha votado no Lula na primeira eleição porque ele só tinha nove dedos. Eram menos dedos para enfiar no cofre. Mas a falta de dedos não limita a vontade.
Alô, Ralph.
Beleza de post. Me referi ao objeto quando comentei 'os pares do par', onde Adriana me honrou com uma resposta. Concordo totalmente com sua posição (não acha que isto já está ficando maçante?). Não votei em nenhum dos tres representantes por SP. E novamente fiquei envergonhado pela diferença no resultado do julgamento, aliás, esperado, provando que são algozes. Aproveito também a gentil referência feita pela Bia, acima, para dizer que achei, além da hombridade em confessar o voto no sapo, incrível a razão em ter escolhido um eneadátilo.
E ainda cito um dito que meu avô gostava de usar quando falava de política: "Nunca coloque um porco magro na pocilga. Ele vai comer muito mais que os outros." A realidade nos mostra a justeza do dito.
Magu
Temos de tomar uma cerveja, um cafézinho ou uma coca-cola light um dia desses.
A oração ecumênica foi feita pensando em ti. Precisa reza brava pra esses aí! Antes de dormir já sabe. Uma oraçãozinha!
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