3 de dez. de 2007

Está escorrendo pela sentina

Por Giulio Sanmartini

O acidente aéreo envolvendo um jato Legacy e um Boeing da Gol, que deixou 154 mortos (stembro de 2006), foi a marca que deu início do caos que tomou o nome de “Apagão Aéreo”.
Passado esse mais de ano muito se fez em retórica, o ministro da Defesa da época, Waldir Pires, chegou a apelar para reza forte, o presidente da República, com a “energia” que o caracteriza, esfogueado por uma ou duas manguaças a mais, determinou que fosse estabelecidos dias e hora para o final do Apagão.
Tudo retórica como era ficou, com melhoras logo tomadas por pioras cíclicas.
O negócio era substituir o ministro e assim foi feito. Depois de umas idas e vindas, a mulher do futuro ministro o obrigou a aceitar o cargo.
Shazan, a palavra mágica foi dita pelo presidente Lula e um juiz aposentado tornou-se o Capitão Marvel, o homem da carta branca, o cospe fogo, o arranca toco, o treme terra, o prende e arrebenta, o quem “aja ou saia, faça ou vá embora”, Nelson Jobim.
Entrou triunfalmente no dia 25 de julho, e logo foi reclamando que seu recavem não cabia no exíguo espaço entre os bancos das aeronaves.
Passados 7 meses, Jobim, mostrou-se um ministro fraco e incompetente, nem o espaço entre bancos conseguiu aumentar e o que mudou na sua pasta foi para pior. O cargo que seria o degrau para chegar à presidência, foi caindo até liquefazer-se como o resultado de um purgante que escorre pela sentina.
Outro dia com audiência marcado com o presidente, depois de esperar horas foi informado que não seria recebido. Nessa semana que passou recolhi dois depoimentos de como está a situação aérea no país, um é de Marceu Veira e outro de Miriam Leitão.
Veja o (des)controle do espaço aéreo brasileiro. Ontem, o vôo 1503 da Gol (Rio-São Paulo), que decolou às 7h20 teve de retornar ao Santos Dumont depois de mais de uma hora no ar.
Sobre Ubatuba, o piloto, irritado, avisou que esperava sinal verde para o pouso: "Há sempre uma desculpa, com tempo bom ou ruim", bradou.
Dez minutos depois, o comandante informou, acredite, que o combustível estava no fim e só era suficiente para voltar ao Rio. Marceu Vieira

A difícil tarefa de voar no Brasil... continua...
Dezembro só chega no sábado, mas o caos já voltou aos aeroportos. (a propósito: alguém ainda agüenta isso?).
Hoje estou tentando chegar a Recife, partindo do Galeão, no Rio. Os vôos estão ininterruptamente mudando de lugar. O meu já mudou quatro vezes de lugar, está atrasado já meia hora e os avisos - para variar - são escassos. Segundo as atendentes da Gol, a responsável da vez pela confusão é a Infraero. Pelo auto-falante, a pessoa que fala demonstra solidariedade com a nossa saga: "atenção senhores passageiros que estão sofrendo com o tráfego aéreo no Galeão, estamos aguardando as informações da torre de controle".
(No fim das contas, uma hora de atraso, e cheguei a Recife). Miriam Leitão.

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Giulio também é cultura. Sentina, sinônimo para latrina, me era desconhecido. Aprendi mais uma...

Anônimo disse...

Alguém esperava alguma competência do Jobim? Tem gente que não se cansa de ser ridícula. Adorei ele com a Dilma na Amazônia. Não esperava isso da ex-Estela!!!
Quando as máscaras caem, é uma tristeza.