4 de dez. de 2007

Mais que uma greve, um choque de autoridades

Entenda a greve da Polícia Civil de Mato Grosso:

O sindicato dos Policiais Civis fez uma reunião na tarde desta terça-feira com a participação do secretário de Administração Geraldo De Vitto, aquele que numa entrevista chamou os funcionários públicos de “peças” (veja a entrevista aqui). O sindicato tentava negociar reajuste salarial. Com o famoso “dom de mediador” do secretário De Vitto, não podia dar noutra. A Polícia Civil decidiu entrar em greve.

OBS:
Interessante foi a ausência na reunião do secretário de Justiça, Carlos Brito. Em entrevista ao site Mídia News, Brito não soube explicar a razão De Vitto não tê-lo avisado. Carlos Brito disse ao site que estava marcada uma reunião para as 14 horas da tarde desta terça-feira, na sede da Secretaria de De Vitto, mas foi desmarcada sem motivo. Porém, logo depois a reunião foi remarcada, mas com a participação apenas dos sindicalistas, de Geraldo De Vitto e sua equipe, o secretário de Justiça não foi avisado da reunião. “Não entendi isso, íamos à reunião. Eu e o diretor da Polícia Civil”, disse Brito.
Bem, não é por acaso que o secretário Geraldo de Vitto é chamados pelos corredores de "Deusvitto".

Ações:

Durante a tarde os grevistas foram para o Palácio Paiaguás onde fica o gabinete do governador, mantiveram as duas saídas bloqueadas. O clima ficou tenso, os grevistas fizeram apitaço, soltaram fogos de artifícios na direção do Palácio e fizeram muito barulho.

Pouco depois das 9 da noite, os grevistas se dirigiram para a porta do edifício onde mora Maggi e em coro gritaram:
Desce mentiroso! Desce mentiroso! Desce mentiroso! Desce mentiroso!
Segundo o site Olhar Direto, alguns mais exaltados gritaram:
"mentiroso e ladrão".
O presidente do Sindicato da Polícia Civil, Cledson Gonçalves, usou o megafone para falar direto ao governador:
"O senhor ludibriou e enganou os policias ao prometer que teríamos um dos maiores salários do país, e não temos. Enquanto o senhor está tranqüilo em sua casa, nós estamos desesperados. Já esperamos por mais de dois anos e até agora o senhor não honrou a sua palavra".
A polícia militar foi acionada e dispersou a manifestação.

Vamos combinar que honrar compromissos não é assim, um hábito do governador. Mas deixar uma negociação dessas nas mãos do secretário Geraldo de Vitto, famoso pelo seu jeito nada gentil de tratar pessoas, foi pedir para que essa manifestação acontecesse.

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