18 de dez. de 2007

Mantega Já Era

Um dia depois de ser desautorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que, em sua opinião, não foi repreendido publicamente pelo presidente por ter falado sobre possíveis medidas de compensação à perda de receita prevista com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
O ministro disse que ainda esta semana deve fechar as discussões para levar ao presidente Lula.
Como sempre a culpa foi da imprensa "O presidente não me fez nenhuma reprovação. Isso foi interpretação dos jornais"
Leia a matéria na Tribuna da Imprensa online
Além do mais é mentira, pois segundo Carlos Chagas, o presidente cantou a bola dele
A pergunta mais ouvida na capital federal, ontem, era a respeito de quem será o novo ministro da Fazenda. Porque por maior coração de mãe que o presidente Lula possua diante de seus auxiliares, não dá para supor tudo continuando como antes, depois de Guido Mantega haver sido desautorizado explicitamente. Mesmo apressando-se em desdizer o que disse, através de nota oficial na tarde de domingo, o ministro perdeu todas as condições de continuar como chefe da política econômica.
Ameaçou com novos impostos, congelamento da nova política industrial, redução nas despesas de saúde pública e do repasse a estados e municípios. E não ficou nos quatro Cavaleiros do Apocalipse, senão que os transformou em quarenta.
Mesmo imbuído do espírito natalino, o presidente Lula não tem como manter Guido Mantega. O risco é dele mesmo ser atropelado pela negação completa de suas metas, programas e estratégia.
Quem poderá ser o novo ministro? Se tivesse condições, o presidente Lula reconvocaria Antônio Palocci, aquele que deu certo até o momento de mandar invadir o sigilo bancário de um caseiro, testemunha de sua presença em local suspeito. Seria uma prova de coragem do chefe do governo, pois o que interessa ao País é sair do sufoco gerado pela rejeição da CPMF e ver restabelecida a confiança no poder público.
O grupo neoliberal preferiria Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, mas até o PT se insurgiria com a passagem do comando econômico para o mais ortodoxo dos banqueiros, além de tudo, tucano de origem.
Há quem suponha Miguel Jorge sendo promovido, já que o presidente Lula enfatizou a importância de ser implantada sem recuos a nova política industrial. Correndo na raia partidária surge Aloísio Mercadante, ainda que certas pitonisas suponham o presidente dando outro chega para lá no PT e pensando em Francisco Dornelles.
É provável que o Ano Novo venha a romper com o atual ministro da Fazenda ainda no cargo, mas os estragos de sua continuidade parecem definitivos. Por que não Dilma Rousseff, para mais uma vez exercer o papel de salvadora da administração? Paulo Bernardo seria solução pouco imaginativa mas segura. Em suma, abre-se a temporada das especulações, havendo quem sonhe com Papai Noel...

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu acho que tem alguém esperando sentadinho, o cargo de ministro da Fazenda cair no seu colo. Advinha quem dedurou o Mantega pro Lula? Foi ele mesmo - Delfim Neto - talvez se achando o único apto.
Essa "amizade sombria" dele com Lula, tem tudo a ver.
Mas também apostaria no Francisco Dorneles...

Anônimo disse...

Giulio
Nada me surpreende quando vem doPT e os seus.Eles vivem batendo cabeça naturalmente e diariamente.
Me lembro muito bem numa determinada CPI, quando a Deputada Juiza Frossat dizia mais ou menos assim: "eles (petistas) não precisam que ninguém faça nada para atrapalhá-los. Eles mesmos sozinhos se atropelam."
E tem mais uma coisa que vc tá esquecendo: Petista não derruba petista, para não ficar ruim no filme.

Anônimo disse...

Quem fritou quem? Com manteiga ou óleo?