Há algum tempo não se via uma situação e uma figura pública em relação às quais a advertência se revelasse tão necessária como no caso do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Há seis meses, em seguida à tragédia do Airbus da TAM, em Congonhas, ele foi chamado em desespero de causa pelo presidente Lula para enfrentar o apagão aéreo claramente fora de controle. Em tom bombástico, o ex-presidente do STF, e acima de tudo um político que não tira da cabeça a ambição de escalar o aclive do Planalto, cometeu, já no dia da posse, uma deselegância com o inerte antecessor Waldir Pires, que não se demitia e Lula evitava demitir. Anunciou que o seu mote era “aja ou saia”, justificando sem sutilezas a demissão. A partir de então, não parou de falar, apresentando uma sucessão de projetos - um pacote, apesar da ojeriza de Lula - que, a julgar pela ênfase e a segurança com que os lançava, libertariam os usuários do transporte aéreo de todos os seus tormentos, da insegurança de voar à incerteza de fazê-lo com pontualidade. A imprensa, naturalmente, não pode ignorar o que diz uma autoridade, muito menos quando ela foi alçada a uma posição estratégica no governo com a missão de debelar uma crise criada pela incompetência dos seus antecessores. Mas, em atenção ao público, ao divulgar, por dever elementar de ofício, as promessas proclamadas pelo novo homem forte de determinado setor, os jornais talvez devessem agregar-lhes uma advertência como a que os produtores de bebidas alcoólicas são obrigados a incluir na sua propaganda - “beba com moderação”. Algo no gênero “não acredite em tudo, para não se iludir nem ficar com a sensação de que foi feito de bobo”. A ressalva se aplicaria a uma pletora de políticos que adoram a própria imagem e o som da própria voz, sobretudo quando vêem uma câmara de TV e se põem a discorrer como experts sobre o que mal conhecem pela rama, pouco se lhes dando se o prometido tem alguma chance de ser cumprido.
Há algum tempo não se via uma situação e uma figura pública em relação às quais a advertência se revelasse tão necessária como no caso do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Há seis meses, em seguida à tragédia do Airbus da TAM, em Congonhas, ele foi chamado em desespero de causa pelo presidente Lula para enfrentar o apagão aéreo claramente fora de controle. Em tom bombástico, o ex-presidente do STF, e acima de tudo um político que não tira da cabeça a ambição de escalar o aclive do Planalto, cometeu, já no dia da posse, uma deselegância com o inerte antecessor Waldir Pires, que não se demitia e Lula evitava demitir. Anunciou que o seu mote era “aja ou saia”, justificando sem sutilezas a demissão. A partir de então, não parou de falar, apresentando uma sucessão de projetos - um pacote, apesar da ojeriza de Lula - que, a julgar pela ênfase e a segurança com que os lançava, libertariam os usuários do transporte aéreo de todos os seus tormentos, da insegurança de voar à incerteza de fazê-lo com pontualidade.
Leia a matéria em O Estado de São Paulo
Há algum tempo não se via uma situação e uma figura pública em relação às quais a advertência se revelasse tão necessária como no caso do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Há seis meses, em seguida à tragédia do Airbus da TAM, em Congonhas, ele foi chamado em desespero de causa pelo presidente Lula para enfrentar o apagão aéreo claramente fora de controle. Em tom bombástico, o ex-presidente do STF, e acima de tudo um político que não tira da cabeça a ambição de escalar o aclive do Planalto, cometeu, já no dia da posse, uma deselegância com o inerte antecessor Waldir Pires, que não se demitia e Lula evitava demitir. Anunciou que o seu mote era “aja ou saia”, justificando sem sutilezas a demissão. A partir de então, não parou de falar, apresentando uma sucessão de projetos - um pacote, apesar da ojeriza de Lula - que, a julgar pela ênfase e a segurança com que os lançava, libertariam os usuários do transporte aéreo de todos os seus tormentos, da insegurança de voar à incerteza de fazê-lo com pontualidade.
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