Pelas falas de nossos governantes, é falsamente transmitida à população brasileira que estamos vivendo o início de uma nova era de bem estar social e de riqueza. Afinal, milhões de brasileiros estão tendo acesso a muitos bens de consumo e isto é sinal da nova fase de vida e dá real transformação. A farra das compras não é apenas do cartão corporativo dos ministros e de 99% dos funcionários públicos, autorizados pelo governo. Essa farra também está na agenda do cidadão comum sem perceber dos limites e riscos da atitude. Joga-se em uma enorme aventura por desconhecer a lógica dos fatos e do encaminhamento da economia mundial. Ficarão indefesos ante as prováveis retrações da economia global que aportará em nosso solo.
Os primeiros sinais já estão nos jornais. Só em janeiro, mais de seis bilhões de dólares já regressaram aos países de origem. Segundo especialistas da área econômica, desta vez a turbulência não vem via financeira, pelo dinheiro. Ela chegara como um furacão pela via comercial e já são muitos os sinais de que está a caminho. O Brasil, pela inoperância e teimosia, calcada em fajutos princípios ideológicas dos responsáveis pela área do comércio internacional, furtaram o país de associações e acordos comerciais. Destruímos a Alca na América do Sul e nos recusamos a realização de acordos bilaterais para estimular, inclusive proteger, as nossas exportações. Agora além de taxadas ainda sofrem com a valorização do real. Só um desconectado mental pode desprezar um mercado como o dos Estados Unidos que no ano passado consumiu internamente mais de nove trilhões de dólares, quase 70% do PIB americano e três vezes o PIB brasileiro É uma economia que corresponde a mais de 25% do produto bruto mundial e consome cerca de 30% das exportações mundiais. Segundo os “desconectados mentais”, é preciso descolar o Brasil da economia americana. A China, que abriu os olhos e tem grande parte do seu parque produtor formado por empresas americanas, não pensa em descolar até porque o consumo americano, mesmo que esfrie, ainda será gigantesco ante outras economias. Falta modéstia aos nossos governantes e sabedoria para entender que nenhuma sociedade caminha sozinha. Sem consistência comercial internacional, corremos o risco de uma grande recessão interna já que nossa economia está com suporte em preços, não em volume, das commodities e créditos financeiros com base nos salários, não em formas produtivas. As nossas exportações representam apenas 1% do bolo das exportações mundiais, 87% através de pouco mais de 850 empresas.
Não adianta o presidente fazer alerta aos aposentados com relação à contração de dívidas. O estrago, com objetivo eleitoral, já foi feito. Daqui para frente, a tendência é cair na real. Vai ocorrer, inevitavelmente, uma grande retração e junto, dentro em pouco, o desemprego, que já é alto. Não foi o aumento da produção, mas a inclusão na formalidade que gerou maioria das carteiras assinadas. Mas ainda temos o Mercosul, desculpem pela piada de mau gosto.
Não sei como o Brasil vai avançar, se levarmos em conta os dados dos nossos institutos de pesquisas. Por estes, o Brasil é um País de incapazes até para votar. Segundo informação do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, “51% (cerca de 65 milhões) dos eleitores brasileiros sabem apenas ler e escrever, ou seja, pouco dotados de escolaridade já que não completaram nem mesmo o primeiro grau e 6,46% (8 milhões) são analfabetos”. Somente 3,5% dos eleitores chegaram ao nível superior de ensino completo (universidade). Está clara a razão dos fortes investimentos na “bolsa família", inclusive sua extensão até aos jovens de 18 anos. É um belíssimo programa de inclusão social, se esse realmente fosse o objetivo e não o voto. Nada é feito para se “descolarem” da “bolsa família".
Como então exigir melhor representatividade política? As reformas políticas, tributárias e trabalhistas não são feitas por falta de preparo intelectual da grande massa dos congressistas, o que gera omissão e falta de iniciativa. Apenas uma meia dúzia dos que lá tem assento, realmente conhece e sabe do papel que tem a desempenhar. Algo está errado.
Não adianta o presidente fazer alerta aos aposentados com relação à contração de dívidas. O estrago, com objetivo eleitoral, já foi feito. Daqui para frente, a tendência é cair na real. Vai ocorrer, inevitavelmente, uma grande retração e junto, dentro em pouco, o desemprego, que já é alto. Não foi o aumento da produção, mas a inclusão na formalidade que gerou maioria das carteiras assinadas. Mas ainda temos o Mercosul, desculpem pela piada de mau gosto.
Não sei como o Brasil vai avançar, se levarmos em conta os dados dos nossos institutos de pesquisas. Por estes, o Brasil é um País de incapazes até para votar. Segundo informação do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, “51% (cerca de 65 milhões) dos eleitores brasileiros sabem apenas ler e escrever, ou seja, pouco dotados de escolaridade já que não completaram nem mesmo o primeiro grau e 6,46% (8 milhões) são analfabetos”. Somente 3,5% dos eleitores chegaram ao nível superior de ensino completo (universidade). Está clara a razão dos fortes investimentos na “bolsa família", inclusive sua extensão até aos jovens de 18 anos. É um belíssimo programa de inclusão social, se esse realmente fosse o objetivo e não o voto. Nada é feito para se “descolarem” da “bolsa família".
Como então exigir melhor representatividade política? As reformas políticas, tributárias e trabalhistas não são feitas por falta de preparo intelectual da grande massa dos congressistas, o que gera omissão e falta de iniciativa. Apenas uma meia dúzia dos que lá tem assento, realmente conhece e sabe do papel que tem a desempenhar. Algo está errado.
2 comentários:
Bem colocada a análise. Muito diplomática para meu gosto. Denuncia os ranços ideológicos? destes falsos socialistas de almanaque. Históricamente nação nenhuma se elevou calacada em dívidas,é o que fazem os brasileiros. Temos um boom, bolha imoboliário e automobílistico. Só que não há garantia de emprego, estamos vivendo de ilusão e publicidade enganosa. Quero estar errado em meu comentário, para o bem de todos nós e do meu próprio. Eu não estou blindado, e muito menos dotado de cartão corporativo.
Alô, Adriana.
Raphael abordou muito bem o que eu gostaria de comentar. Assim, apenas vou acrescentar um adendo que confirma o que ele escreveu. O programa de ontem da Oprah reuniu famílias americanas envolvidas na crise daquele país, e deixaram claro que foram levadas a essa situação por absoluta falta de controle no uso do cartão de crédito. Em poucas palavras, gastaram mais do que ganhavam. A análise do Raphael mostra que o nosso povinho vai pelo mesmo caminho. Pouco falta para a mesma crise se instalar aqui.
Só mesmo um metalúrgico que era conhecido pela alcunha de 'baiano' poderia cometer esses erros.
Desconectado mental é pouco. Concordo com Francisco. Muito diplomático...
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