4 de fev. de 2008

Biruta; Meirelles

Por Francisco marcos, cientista político.

Saco de lona que fixamos no alto de um mastro, a fim de se conhecer, por sua orientação, a direção do vento. Fora da norma culta, tudo isso, que dizer biruta.
Francisco de Campos Meirelles, presidente do Banco Central, com carreira de sucesso no mundo financeiro internacional, é a minha biruta no atual (dês)governo. Fontana, Rodrigues, Levy e outros já deixaram a naus dos insensatos ou aloprados. Em 2002 Meirelles havia sido eleito deputado federal pelo PSDB-Goiás com expressiva votação. Cegou ao Banco Central em um trabalho a quatro mãos: Armínio Fraga e Aloísio Mercadante. Como ex-presidente de um banco internacional, reforçou a credibilidade na política econômica brasileira. Quase seis anos já se passaram, prevalecendo sempre a razão sobre a emoção, sem deixar de citar que a situação internacional fluiu bem.
A bússola do Banco Central está bem, está despolitizado, trabalho que começou com a Tereza Grossi. “Posições duras, movimentos rápidos, falar de maneira direta, clara, mas exercer um senso de justiça e ética muito apurado” são palavras de Meirelles. Diz que aprendeu com seus maiores na vilegiatura internacional. São palavras reveladoras de seu perfil de administrador, não de paizão. Confessa também que não desperdiça uma chance de aprender, ao contrário de muitos colegas na atual administração. Marcante também e´:”aprenda com os erros dos outros em vez de aprender com os próprios”, ganha-se tempo com tal expediente. Assesto meu binóculo lazer nesta biruta, se ele deixar o Banco Central, é que vislumbra algo que não é bom para estabilidade fiscal que tenta manter com denodo. Meirelles é muito cioso, não colocará sai reputação em risco.
Reconheço-lhe o esforço para conviver com pessoas sem biruta, talvez se sinta um estranho no ninho. Fecho com uma frase lapidar do goiano.
“Para liderar é preciso ter interesse real pelas pessoas e entender que o que é diferente não é necessariamente errado.”

2 comentários:

Anônimo disse...

A presença de Meirelles no Banco Central é o sacrifício a que estão submetidos os petistas de origem para não haver precipitação na tomada do poder. Conforme frei Beto, o PT está no poder, mas ainda não tem o poder. O PSOL é aquele grupo dos puros que não se conforma com a lentidão do processo. Comunismo já! Mesmo que seja à custa de alguma confusão social. Já o pragmatismo de Lula e aqueles que lhe dão respaldo, preferem sacrifícios para que não haja interrupção na marcha rumo ao socialismo. Meirelles é o bode colocado no ambiente. Sua presença dá segurança ao capital e permite aos petistas desenvolverem seus objetivos com desenvoltura. Trata-se de timing. As diversas faces de Lula também é um sacrifício na direção do propósito maior. Isto fica transparente diante da afirmação de Fidel que Lula é o verdadeiro cérebro por trás do Foro de São Paulo. Há uma elite pensante por trás de Lula que o orienta no jogo de acelera e freia ou stop and go para os mais educados. O PT é o único partido nestepaíz que tem objetivo claro e militância efetiva. O resto dos partidos dá pano de fundo, assim como Meirelles, para o processo.
Estou enganado? O tempo dirá.

Anônimo disse...

Caro anônimo, gostei da sua análise sobre a sempre competente seleção de notícias e análises da Adriana. Mas acho que, após esta
4ª feira de cinzas a coisa vai ferver mais do que o próprio Presidente esperava. Vai ser um "go" que as denúncias de corrupção vão impor e, não sei não, a desmoralização vai ser muito grande. Acho que vai ter povo nas ruas. A confrir, também...