Calou a boca

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, silenciou diante da declaração do presidente da Comissão de Ética Pública, Marcílio Marques Moreira (foto) de que os integrantes do colegiado renunciarão ao cargo se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se pronunciar rapidamente sobre o caso.
A assessoria de imprensa do ministério informou, no entanto, que Lupi continua com o entendimento de que não há qualquer conflito ético em sua disposição de manter-se na presidência do PDT e no comando do ministério.
Conforme reportagem publicada no Jornal do Brasil, a Comissão de Ética Pública estendeu até o fim do mês o prazo para o presidente Lula tomar uma decisão sobre o pedido de demissão do ministro do Trabalho.
Se até o fim desse prazo, o presidente não se posicionar, os membros da comissão podem entregar os cargos, conforme revelou o próprio presidente do colegiado, o ex-ministro Marcílio Marques Moreira.

Incompatibilidade

A comissão pediu a saída de Lupi por considerar incompatível o exercício simultâneo das duas funções. Segundo os integrantes do órgão, que é subordinado à Presidência da República, há conflito de interesses.
O presidente Lula aguarda parecer oficial da Advocacia-Geral da União (AGU) para pronunciar-se oficilamente. Acredita-se que o parecer da AGU deverá ser favorável ao ministro do Trabalaho, que já recebeu o apoio explícito de Luiz Marinho, titular da pasta da Previdência e antecessor de Lupi no Ministério do Trabalho.
Segundo Marcílio Marques Moreira, o sentimento na comissão é de desconforto. Os integrantes da comissão avaliam que a demora da resposta do presidente desmotiva a execução do trabalho e gera uma descrença sobre os resultados das ações deliberadas.
A comissão investiga irregularidades éticas envolvendo servidores e autoridades federais.