25 de fev. de 2008

Eleição, uma ação entre amigos

O leitor pode imaginar a mesmice que seria um campeonato de futebol disputado sem um regulamento que determinasse como seria a contagem de pontos, se haveria turno e returno, ou jogos eliminatórios, ou que não estabelecesse os critérios de desempate?
O mínimo que podemos pensar é que não passaria de um conjunto de jogos amistosos, em que as equipes não teriam objetivos maiores a serem perseguidos, a não ser exibir-se para a torcida e, se possível, vencer os jogos... Pois as eleições em nosso país são assim: confraternizações realizadas a cada dois anos, em que os partidos entram na contenda sem terem previamente estipulado uma indispensável agenda, em termos de programas coordenados de ação a serem seguidos em caso de vitória.
Não é por outro motivo que, entra governo e sai governo, a essência das coisas não muda e o cidadão continua sendo explorado pelo Estado: se for da chamada classe média, por uma brutal e estúpida carga tributária; se for empresário, pela mesma extorsão fiscal e por encargos que transformam a sobrevivência de seu negócio em ato de heroísmo; e, se for pobre, pela crueldade das filas em hospitais e postos de saúde, pela maldade de um sistema educacional que é um dos piores do mundo, pela perversidade da falta de saneamento, pela iniqüidade de um vetor de transportes que é um exemplo de ineficiência e pela malvadeza aterrorizante da violência, entre outras constatações que povoam nosso cotidiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se eu fosse um niilista poderia estar pensando que a raça humana degenerou moralmente.
O comportamento do político na época das eleições, cria para mim um quadro semelhante ao dos campos de refugiados, onde multidão de famintos e sedentos avançam na ajuda humanitária que chega.É um espetáculo dantesco, dos dois lados.