26 de fev. de 2008

“Endividar para gastar”, diz Lula

Por Chico Bruno

Em discurso no Congresso Nacional da Argentina, durante visita oficial ao país vizinho, o presidente Lula comemorou o fato de o Brasil deixar de ser um devedor internacional para passar a ser credor.
Ele disse que o país tem "de aproveitar este momento e começar a se endividar para gastar com infra-estrutura".
Em discurso de improviso, Lula questionou quantas pontes, rodovias e outras obras podem ser realizadas a partir desse momento "depois de 500 anos de história em que fomos devedores".
A declaração fanfarrona do presidente remeteu-me ao livro “A Potencialidade do Semi-árido Brasileiro”, de autoria de Manoel Bonfim Ribeiro, ex-diretor geral do Dnocs e da Codevasf, principalmente pelo fato da intenção de Lula expressa no discurso em terras portenhas.
O presidente Lula deveria transformar o livro de Bonfim em seu favorito a mesa de cabeceira. A leitura diária do livro faria com que ele entendesse melhor a questão da água no Nordeste. Ele conseguiria finalmente enxergar que o problema do semi-árido nordestino não é de escassez, mas de falta de conclusão de obras.
São dezenas de milhares de açudes, que necessitam de obras de adução para que a água chegue às populações que hoje são exploradas pela indústria da seca.
Entre os 70 mil açudes, oito localizados no Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba acumulam 12 bilhões de metros cúbicos de água, seis vezes mais que os dois bilhões de metros cúbicos da água que o governo pretende transpor do rio São Francisco.
Isso demonstra que sairia muito mais barato para os cofres públicos fazer adutoras para levar a água destes açudes para o povo, do que transpor as do rio São Francisco.
O discurso de Lula em terras portenhas, comemorando a nova condição de “credor” do país e abrindo as portas para novos investimentos em infra-estrutura é que me leva a sugerir com ênfase a leitura do livro de Bonfim, pois Lula descobriria que o problema do semi-árido está na falta de conclusão de muitas obras que lá estão como elefantes brancos.
Se Lula pretende “endividar para gastar”, que endivide com obras conseqüentes, como a de criar condições para que as águas que estão armazenadas nos açudes do Nordeste sejam distribuídas, por meio de adutoras, para o bem dos nordestinos.

3 comentários:

tunico disse...

A realidade dos fatos é:

Continuamos devedores, porque embora tenhamos reservas em dólares maiores que o estoque de dívida externa, não pagamos efetivamente os 68 bilhões que o país deve nem as empresas brasileiras pagaram o restante.Estão pagando. É uma mera questão financeira.Acumulou-se na conta do banco hoje mais do que se deve ao banco. Pode ser que amanhã se gaste este dinheiro em outra coisa que não o pagamento da dívida.Comprar outro Airbus quem sabe, ou como disse o Apedeuta, endividar-se mais ainda.

Aí, qualquer idiota que diga que somos credores, não passa de um idiota.Credores de quem? Os países a quem Lula emprestou dinheiro com tanto desprendimento? O valor total que estes países nos devem é quanto? Ou foram empréstimos a fundo perdido?

Prefiro dizer que nós, povo brasileiro somos credores, sim! Credores da ética, da verdade, da honestidade, da competência que nossos políticos e governantes nos devem há muito tempo.

Ralph J. Hofmann disse...

Tunico

Bem coocado. As reservas não são do Brasil. uM GRANBDE PARTE APENAS ESTÁ NO BRASIL.

E obra tem de setr vistosa. Uma rede de tubos pela caatinga não se presta a manchetes e discursos.

Anônimo disse...

O canalha nã aprendeu a olhar o próprio rabo. Supositório nele.