Justiça seja feita, não foi o governo do PT que inaugurou a prática do loteamento de cargos na administração pública em troca de apoio no Congresso que poupe o presidente da República de maiores atribulações.
última de todo o seu empenho era permitir que os indicados, graças ao seu manifesto espírito público, competência e conhecimento de causa que só os invejosos não enxergavam, se pusessem a trabalhar pelo País, contribuindo para a eficiente realização do programa do governo que apoiavam por ser, evidentemente, o melhor para os brasileiros.
Com o passar dos presidentes e a resignação quase geral à imbatível rotina do loteamento dos principais escalões da burocracia, os políticos pararam de fingir. Depois que o governo do partido que prometia “acabar com tudo isso que está aí” revelou-se o mais desbragado adepto do que desde sempre “lá estava”, desapareceu a preocupação com “salvar as aparências”. Falam de seus pleitos - e dos riscos que o Planalto corre se não os atender - como de um direito natural. E não escondem, em certos casos, que as vagas requeridas não precisam ser essas ou aquelas, especificamente: qualquer uma serve desde que nas repartições que entendam ser rendosas para os seus interesses eleitorais. A tal ponto que, por inútil, já não passa pela cabeça nem de um repórter principiante no setor perguntar aos caciques, como quem não quer nada, qual o nexo entre as suas preocupações com os assentos disponíveis na primeira classe do jumbo estatal e o aprimoramento dos padrões de governança. Publicadas, se a tanto se chegasse, as respostas seriam um desperdício de espaço jornalístico e do tempo do leitor.
Leia a matéria em O Estado de São Paulo
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