17 de fev. de 2008

A história de um mundo irreal

Por Laurence Bittencourt Leite

O mundo da política é o mundo irreal. A última grande esperança foi o comunismo. Ruiu. Mas a irrealidade persiste. Basta você conversar dois minutos com qualquer político ou principalmente ir a uma dessas festas de político para ver o fausto, o mundo irreal, contrastando com o mundo real “la fora” dos súditos, dos que pagam impostos e nada ou quase nada tem em troca. No entanto, todo o fausto, toda, festa da classe política é paga com o dinheiro da população, dos miseráveis e disso que chamamos de classe produtiva.
O mundo da política é o mundo irreal das promessas, das mentiras, do uso da esperança que não “bate” com o mundo real do sofrimento das pessoas. E quando falo mundo irreal da política, está incluso, os “ismos” do comunismo, do fascismo, do nazismo, socialismo, nacionalismo, todos vivendo de esperança, tudo promessa irreal e irrealizada, que gerou apenas uma nova classe política no poder, mamando dos que trabalham, produzem e pagam impostos.
A Revolução Francesa foi uma forma (a segunda) de buscar acabar com esse mundo irreal, das mordomias dos políticos, dos direitos “divinos”, das leis especiais para “eles” e outras leis para o povo. Os súditos se rebelaram contra isso, contra esse escárnio e exploração e derrubou leis especiais, mordomias e direitos divinos. Queriam pão e liberdade. Dava inicio a democracia moderna. Os direitos dos cidadãos. Era a tentativa de abolir a idéia de que o trabalho (é) para o povo, que paga imposto, para manter o fausto e o mundo irreal, e as festas dos políticos.
Mas foi a revolução americana quem melhor sintonizou este ideal. Foi quem mais longe levou essa pretensão. Trouxe o povo para a linha de frente (inclusive na literatura, isso para quem entende. Antes o romance falava do mundo aristocrático). A democracia americana acabou com as leis especiais. Instituiu o voto universal, mas foi mais longe e instituiu o voto não obrigatório. Ou seja, o voto livre. A revolução pela independência americana inclusive foi feita contra os tributos da Corte Inglesa. Uma das coisas que mais chama minha atenção na nossa inconfidência mineira é a parte de não querer pagar impostos. O resultado final, no entanto, todos conhecem.
Mas no Brasil, infelizmente toda mudança do mundo irreal prosperou. Vivemos eternamente como súditos sustentando o fausto dos políticos que vivem debaixo de leis próprias (pode isso? No Brasil sim), que vivem o mundo irreal sem se preocupar responsavelmente com o mundo real. O que eles fazem é tomar o dinheiro pelos impostos e gastar em fausto, festas, farras, com leis que os ampara. Lula hoje, domina toda a esfera do poder federal, impedindo avanços nos níveis de combate a corrupção, com dinheiro repassado, por exemplo, sem fins lucrativos para Ongs que nada fazem. Fala-se em algo em torno de 32 bilhões de reais. Os súditos pagam. Mas esse atraso tem sido uma constante na América Latina, infelizmente. Há vários exemplos, e talvez o mais dramático pelo tempo que já dura a ditadura é na Cuba de Fidel.
A ilha ainda é uma incógnita, mas se com a morte de Fidel Cuba adotar uma linha mais aberta, estilo China, e isso é possível, não hesito em dizer que em 10 anos Cuba terá uma renda per capita 2 vezes maior que a do Brasil. Basta dizer que o dinheiro de 2 milhões (só em 2007, saíram de Cuba e entraram nos EUA 77 mil cubanos) de cubanos produzem mais que os 12 milhões de cubanos que moram na Ilha. Isso mostra, para quem entende claro, que o que faz o desenvolvimento de um país não é só dinheiro e sim todo um sistema produtivo econômico. Hoje Cuba não tem nem dinheiro (com exceção da minoria que subjuga o povo e vive as custas e de forma irreal) nem um sistema econômico. E claro, não se pode falar em sistema político em Cuba, porque lá tem o fidelismo (igual os nossos pessoalismo tão comum no Brasil).
A questão é saber quem ocupará o lugar do ditador. Haverá eleições diretas ou haverá nepotismo assumindo Raul Castro? A última conclusão é mais provável. O nepotismo e a manutenção da ditadura são próprios de todo regime de esquerda, ou de regimes oligárquicos como aqui no Brasil. Mas se Cuba fizer uma opção pela abertura Em pouco tempo pode desenvolver-se principalmente explorando as áreas turísticas. O próprio EUA e os cubanos exilados têm interesse em investir em hotéis, e restaurantes. Talvez Cuba possa deixar de ser um presídio de segurança máxima de Fidel e uma “brincadeira” de um homem, para entrar em definitivo no mundo real, com os súditos tendo vez e voz. Inclusive na área intelectual.

(*)Ilustração: Os atletas cubanos fugitivos durante o Pan Americano.

Um comentário:

Anônimo disse...

E afinal de contas alguém tem que trabalhar para manter essa situação que está aí.
O deles vem fácil rápido e descomplicado; o nosso vem garimpado da pedreira com suor e filas enormes para aumentar o lucro deles.
As fortunas ficam especulando sem pagar imposto,enquanto os sem fortuna bancam o luxo deles
Isso é o esquerdismo dos salafrários; o comunismo dos velhacos e o populismo dos apaniguados viciados no roubo.