A inveja mata

Tivemos um presidente sociólogo, que pediu para o povo esquecer o que escreveu. Agora, um operário que virou presidente e sonha eternizar o que ainda não fez. Já são 13 os anos das gestões de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva, e os números da Unesco comprovam que tanto um quanto o outro são protagonistas da demagogia no quesito educação. O brasileiro vai mal de escola. E o governo também.
Talvez por isso Lula queira sair pela tangente no desejo de espalhar pelo país centenas de escolas técnicas. Não que o ensino profissional seja inferior ao compromisso do Estado na educação pública. A verdade é que é mais fácil e rentável politicamente construir prédios do que investir na formação do professor. O presidente acaba de pendurar em seu gabinete, no Palácio do Planalto, um enorme quadro com o mapa de cidades onde o governo vai instalar escolas até 2010. Nele, Lula mapeia as de FH e as suas. É algo em torno de 200% a mais que o antecessor. "Olhem aí, como se faz escola", festejou o chefe da nação para três visitantes esta semana. É nobre a sua preocupação com o ensino. Mas os alunos esperam a aula do educador de Garanhuns, porque faltam dois anos para o fim do governo e esses 200% ainda não pularam do mapa para a lousa.