Lendas perniciosas

Por Giulio Sanmartini

Há muitas décadas, alguns presidentes são incensados pela grande massa, esquecendo-se as mazelas que carregaram atrás de si, que superam qualquer coisa que possam ter feito. Só para citar somente dois: Até hoje, Getúlio Vargas é considerado o pai dos pobres , o grande nome da república nacional.
Não se fala sobre sua fascista e sanguinária ditadura, que numa atitude totalmente covarde, deportou a mulher do líder comunista Pretes para a Alemanha nazista, onde pelo fato de ser hebréia foi encerrada num campo de concentração mesmo estando grávida e aí degradada, encontrou a morte.
Outro é o risonho Juscelino Kubitschek, tido como a expressão máxima do liberalismo, fazendo-se questão de ignorar a perseguição e censura que usou contra seus adversários, em especial, Juca Chaves e Millôr Fernandes.

Outra lenda é sua imagem de progressista. O parque industrial que implantou tinha total carência de infra-estrutura e para funcionar obrigava o país a aumentar suas importações, desde as siderúrgicas até as de combustíveis já refinados. A tão propalada Brasília é responsável pela situação irreal que existente na capital, uma ilha da fantasia de horrores, onde imperam os privilégios, mordomias, peculatos e corrupção. Pior ainda, deu o pontapé inicial para uma hiperinflação que corroeu a nação por mais de duas décadas.
O mesmo está beneficiando Luiz Inácio Lula da Silva: incompetente, mentiroso, enganador, conivente na corrupção e ergofóbico. Veja-se a última pesquisa Sensus mostrando que 74,9% da população acha que o uso irregular dos cartões prejudica a imagem do presidente Lula. Mas, como explicar o maior índice de aprovação do governo dele desde que tomou posse (52,7%), registrado na mesma sondagem?
Fácil: Lula já é uma figura acima do PT e de qualquer partido. Imune a qualquer denúncia perto de seu calcanhar, já dizem os cientistas.
Em tempo, 70,2% dos 2 mil entrevistados em 136 cidades disseram que os ministros e funcionários que usaram os cartões com gastos ilegais deveriam cair.