7 de fev. de 2008

Ministra? Péra lá

Impotência pública, seu nome é Secretaria da Integração Racial. Matilde Ribeiro, a última titular, dirigiu esse naco do organograma do Estado por cinco anos. Quando se encaminhava para o sexto, descobriu-se que não tinha um itinerário. Gostava mesmo é de pilotar o cartão de crédito.
Ao dar de cara com o sinal vermelho, Matilde alegou que estacionara no bolso do contribuinte porque sua secretaria, a despeito do status de ministério, não dispõe de estrutura adequada. Falta-lhe um orçamento razoável.
A distância entre o valor que o governo atribui à Integração Racial e o poder real da secretaria impõe à situação uma certa comicidade. Vago há seis dias, o cargo de Matilde é o único que ainda não foi reivindicado pelo PMDB. E se os peemedebistas não querem é porque a coisa não tem mesmo a menor relevância.
Em matéria de integração racial, a retórica oficial é conspurcada pelos fatos. Apesar das evidências, o militante Frei David, fundador e conselheiro da ONG Educafro, animou-se a lançar o nome da sambista Leci Brandão para substituir Matilde. Disse que Leci é a preferida do movimento negro.
Ouvida pela repórter Yara Aquino, Leci surpreendeu-se: “Estou sabendo disso agora, até sentei.” Sincera, disse que não se acha “preparada” para a missão. Mas deixou a porta entreaberta: “Pensaria com muito carinho, atenção e seriedade.” Como se vê, a sambista gosta mesmo de sambar. Josias de Souza.

Comentário meu: Nada tenho contra a sambista Leci Brandão, mas decididamente não é grande coisa, desconheço uma só música de sucesso que tenha composto. Agora, ser ministra é outro departamento. Para não tornar a fazer trapalhadas, comvém ao presidente pensar melhor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Penso que um ministério que destaca a questão racial acaba por destacar racismo.
E da mesma forma essa questão de "quotas" para afro-descendentes negros:
Obama, candidato a presidência dos EUA, Lewis Hamilton e infindáveis exemplos de outras personalidades em todos os setores, precisaram de ministérios ou quotas para mostrar sua competência e talendo acima da média???????
Não podemos comparar, evidentemente, com o destaque que se deve dar a tradição dos povos, em relação à sua origem.

E, afinal, não somos todos iguais???
O sangue do Afro-descendente "negro" não é igual ao sangue do afro-descendente "branco"?
Igual do japonês? Igual do indiano? Igual do iraquiano?
Quando doamos ou recebemos sangue há, por acaso, destaque para a "raça" doadora e para a "raça" receptora?

O que deve haver, para afro-descendentes negros, para afro-descendentes brancos, para nordestinos, sulistas, e, principalmente para políticos, é dignidade, decência, honestidade, integridade, respeito, competência, vergonha na cara...