Tal é o caso de Lula ante a recente polêmica sobre o crescimento explosivo na taxa de desmatamento da Amazônia. Em vez de reconhecer a gravidade do problema, o presidente procura minimizá-lo com mais uma de suas analogias infelizes, dizendo que os técnicos “detectaram um tumorzinho e já saíram dizendo que era câncer”. Pior: mesmo que possa haver algum erro nos dados, é inegável que o desmatamento na região é alto e impulsionado pela expansão da cultura da soja e da pecuária. Até os cachorros na rua sabem disso... Mas não o Lula. Assim como não via o mensalão e tantas outras barbaridades, também aqui nosso presidente deseja transmitir à opinião pública sua mórbida cegueira, voluntária e seletiva.
A ministra Marina Silva (grande mulher!) corajosamente deu o nome aos donos dos bois e das colheitadeiras. Peitou governadores e outros figurões e sustentou seus dados e fatos com firmeza exemplar. E o Lulão, em vez de colocar-se ao lado da verdade e da coragem, sai-se com mais bazófias e estultices: “Se for constatado o aumento do desmatamento, o País tem todo o tempo do mundo para revertê-lo”, disse o presidente, criminosamente. Tempo é exatamente o que “não” temos. Enquanto políticos e outros líderes plantarem incertezas e cultivarem falsas esperanças para ampliar seu tempo de gozo do efêmero poder, caminharemos todos para o ponto de não-retorno. Para a situação onde limites críticos terão sido ultrapassados, será tarde demais para tentarmos remediar os danos causados.
Leia a matéria de Aron Belinky no Jornal da Tarde
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