O Brasil gira, a FAB voa

Enquanto a oposição e o governo se engalfinham pela CPI dos Cartões, o deputado federal (caricatura) Gustavo Fruet (PSDB-PR) tem uma lista com dados sigilosos em mãos, enviada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, no fim do ano passado, atendendo a requerimento do parlamentar protocolado na Câmara.
O teor do documento é mais cabeludo que Cauby Peixoto despenteado. Trata-se da lista de ministros e convidados que usaram os jatos da Força Aérea Brasileira em dias de caos nos aeroportos para fugir do apagão. A Defesa enviou a lista, mas bloqueou a divulgação dos dados. Partindo da premissa de que quem não deve, não teme, causa estranheza o apelo do ministro. O deputado já tentou derrubar o veto por duas ocasiões no Supremo Tribunal Federal, em vão.

Na lista, há vôos de 2006 e 2007, principalmente nos períodos de fim de ano, carnaval e feriadões do ano passado - no cruzamento com as datas, justamente o período da via-sacra de passageiros no caos dos aeroportos. São as viagens de alguns ministros que têm a licença do chefe. E de amigos que pegaram a carona de luxo nos Learjets. Seria bom saber o preço desses passeios.

Passeios de luxo
Vale perguntar, por exemplo, por que um ministro usou um jato para viajar com parentes para a terra natal num fim de semana, sem agenda oficial. E por que o então presidente da União Nacional dos Estudantes em 2006, Gustavo Petta, que preza pela independência, pegou uma carona com um ministro num jato da FAB no dia 1º de janeiro para ver de camarote a posse do presidente Lula?