12 de fev. de 2008

O general

Por Ralph J. Hofmann

O General Felix estimula uma pergunta. Atualmente o que é preciso para ser um oficial general. Inteligência ou conviver confortavelmente com asneiras.
Ouvir um general, egresso da AMAN, com anos de cursos de qualquer natureza, mas talvez sem qualquer curso sobre segurança e inteligência, defender o sigilo das contas da família Lula da Silva é patético.
Considerando o que se sabe, deveria ser chamado por seus pares, lhe deveriam ser cortados do uniforme os botões e condecorações e deveria ter seu espadim quebrado em dois.
Não por qualquer ato ilegal, mas por expor ao ridículo todas as instituições militares que ao longo de uma carreira o preparam para ocupar seu atual cargo. Uma negação do excepcional ensino que recebeu. Uma subversão dos conceitos de ética ou moral que lhe foram incutidos desde que ingressou à caserna.
Não fossem as notícias já existentes dos exageros cometidos com os cartões da família Lula da Silva, talvez pudéssemos aceitar que o general estivesse na ignorância do que se passa.
Mas dadas as informações já coletadas e disseminadas sobre os gastos absurdos da presidência, as quantidades de suprimentos que não são congruentes sequer para explicar banquetes oficiais, e que se representarem comida efetivamente consumida pela presidência claramente indicam que a metamorfose (normal, não ambulante) do sindicalista em Grão-Duque está completa. Precisa comer carne da Argentina (logo de quem) quase todos os dias. Não serve carne brasileira, coisa que teremos de explicar à União Européia, onde dirão:
- Nem mesmo o Lula confia na carne de vocês,
General, o senhor acha que realmente a quebra do sigilo do fato de que o Lula despreza carne brasileira pela argentina merece que suas contas de casa sejam segredo de estado?
General, ficou claro para todos que o senhor não quer que seu chefe tenha de passar a comer alguns dias por semana tutuzinho com torresmo à mineira, mondongo, ou bife de fígado, mas general, o senhor não poderia em lugar de acobertar o descalabro caçar os eventuais aproveitadores? General, o senhor não podia simplesmente ficar quieto sobre este assunto? .Porque general, nesta altura o senhor passa a engrossar a fileira dos aproveitadores, mentirosos e pilantras, o que é uma pena general pois compromete uma coisa que eu ouvi toda minha infância: “No Brasil só se pode confiar no Exército, no Itamaraty e na instituição que é o jogo do bicho”.

6 comentários:

ma gu disse...

Alô, meu caro Ralph.

Obrigado por estender melhor o assunto. Perpetrei no blog um comentário curto, no dia seguinte ao que ouvi a peça falar na tv, para não abusar do espaço. Fiquei feliz porque ainda não perdi a capacidade de me indignar. Sua inserção me lavou a alma. Só faltou mesmo ver uma atividade pública do corte dos botões.

Ralph J. Hofmann disse...

Tenho um amigo general aposentado que me deu retorno imediatamente após receber este artigo.
Vai consultar os pares sobre a proposta.

Anônimo disse...

Em outras palavras, o homem das agulhas negras está costurando o bolso do homem da camiseta vermelha.
A ironia da coisa é que um começou de camiseta e agora está de Armani e o agalonado do glorioso vai ver a tropa usar chinelo de dedo.

Ralph J. Hofmann disse...

Marreta

Colocaste a coisa muito bem. Meus parabéns.

ma gu disse...

Alô, Ralph.

Valeu o elogio. Isso é que um 'insight'. Vamos alcunhá-lo de Marreta Antonomástica.

Ralph J. Hofmann disse...

Magu e Marreta

Outra observação. Para econoimizar mais ainda com a tropa. Além do chinelo de dedo feito de pneu velhoi, talvez aqueles pijamas pretos dos Viet Congues?

Só que no invernos em PR, SC e RS morrem todos de pneumonia.