A outra conclusão não conduz a publicação diária e crescente, na imprensa, de gastos inexplicáveis de funcionários do governo com cartões de crédito corporativos: a crise ameaça tornar-se maior do que o escândalo do mensalão. Porque desculpas não existem para farra assim tão extensa.De cada ministério, secretaria, repartição, empresa estatal, agência, universidades públicas e equivalentes fluem, em cascata, lambanças monumentais em termos de favorecimento pessoal ou, pior ainda, favorecendo autoridades e parentes de autoridades a que servem. A caixa-preta começou a ser aberta. É imensa. Fede. Contamina grandes e pequenos.
A pergunta que se faz é sobre suas conseqüências. A primeira, óbvia, é da desmoralização do governo. Não sobra ninguém. Pode-se prever também, em pouco tempo, a desmoralização das instituições. Em seguida, virá a pergunta inevitável do cidadão comum: fica tudo como está? Ninguém será punido? Não há como responsabilizar os culpados? Prevalecerá a impunidade de sempre? Nessa hora, valerá lembrar o saudoso Stanislaw Ponte Preta: "Ou restaure-se a moralidade no País ou locupletemo-nos todos..."
O grave, nessa história, é que a CPI vem aí, mista ou apenas funcionando no Senado. Dela, como de todas as outras, sabemos como começam, ignoramos como acabam. Melhor que se investigue, também, o período do governo Fernando Henrique Cardoso, não apenas o governo Luiz Inácio Lula da Silva, já que o sociólogo inventou essa travestida forma de levar transparência à coisa pública. O mandato de FHC terminou, o do Lula encontra-se em pleno desenvolvimento. Ambos serão, inevitavelmente, respingados.
Por Carlos Chagas
O grave, nessa história, é que a CPI vem aí, mista ou apenas funcionando no Senado. Dela, como de todas as outras, sabemos como começam, ignoramos como acabam. Melhor que se investigue, também, o período do governo Fernando Henrique Cardoso, não apenas o governo Luiz Inácio Lula da Silva, já que o sociólogo inventou essa travestida forma de levar transparência à coisa pública. O mandato de FHC terminou, o do Lula encontra-se em pleno desenvolvimento. Ambos serão, inevitavelmente, respingados.
Por Carlos Chagas
3 comentários:
Como eu não aceito ser sócio de um clube que me aceite como sócio,e como também só acredito na descrença,é que afirmo que embora viva nesse país, não faço parte da opinião pública, até porque o público não tem opinião.
Considerando também que me recuso a ser piloto de prova de fábrica de supositório, é que acho que não deve haver CPI.
Raposas não podem tomar conta de galinheiro, e no caso, a CPI vai dar legitimidade à roubalheira e dar diploma de benemérito a ladrões oficiais engravatados.
Alô, Giulio.
Marreta colocou uma coisa interessante. Pois é. Vai ser levantar a ponta do tapete e ver toda a sujeira que já foi varrida para lá. Daí ter sentido o final do comentário dele.
É, fico me perguntando a quem interessa que o desgoverno seja mais desgoverno ainda... Eu já sou partidária da renúncia coletiva (pobre ilusão). Brincadeiras e indignações à parte, foi a direita que nos levou a esta situação. Mas tenho aqui comigo uma cisma que gostaria que alguém esclarecesse: para mim, foi o Golbery, ainda na década de 60, que concebeu FHC e Lula, para fingir que muda e os mesmos fiquem. Se não, como se explicam ainda esses excrementos Sarney e Jobim, num governo de "esquerda"? Sarney não era o chefe do partido desarmado do govrno armado, a ARENA?
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