14 de fev. de 2008

Paga-se muito e não se tem nada

Não era necessário fazer muitas contas para concluir que em 2007 a carga tributária brasileira continuou crescendo. O peso dos impostos, taxas e contribuições sobre a economia vem subindo há vários anos e, pelos resultados já conhecidos da arrecadação tributária de 2007, sobretudo da União, se ficava sabendo que o ano passado não foi diferente dos outros. O que não se podia imaginar é que, já tendo alcançado um nível que os contribuintes consideram insuportável, a carga tributária brasileira pudesse crescer tanto quanto cresceu em 2007.
Reportagem de Sérgio Gobetti publicada domingo pelo Estado mostra que, no ano passado, a carga tributária deve ter alcançado 37,04% do PIB, ou 1,14 ponto porcentual mais do que a de 2006, de 35,9% do PIB. É um crescimento muito grande para um país que já paga impostos demais, e teria sido maior se a receita de royalties - pagos ao setor público por empresas de petróleo e do setor elétrico - fosse excluída dos cálculos. Sem a receita com royalties, que não consta dos estudos do IBGE e da Receita Federal sobre o assunto, a carga tributária de 2006 se reduz para 34,64% do PIB e a de 2007, para 35,91%. Assim, o aumento da carga, de um ano para outro, passa a 1,27 ponto porcentual.
Os dados oficiais serão conhecidos só no início do segundo semestre, quando a Receita Federal divulgará seu relatório anual sobre a carga tributária. É possível que o resultado seja um pouco diferente do que mostram as estimativas do Estado, mas provavelmente indicará aumento da carga tributária superior a 1% do PIB brasileiro.

Leia a matéria em O Estado de São Paulo

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