22 de fev. de 2008

Poderoso administrador nomeado

Ralph J. Hofmann

No caso do roubos dos computadores e HDs da Petrobrás, o último suspeito possível parece ser a Halliburton que operou estas informações para a Petrobrás.
Nesta altura tudo é possível, desde roubo simples até espionagem industrial, mas de fato o que fica mais em evidência é que numa empresa privada bem administrada a segurança desses ativos intelectuais partiria de processos de tomada de decisão executados por profissionais de segurança, levando em conta desde o furto até a pilhagem.
Mas o que fazer quando quem escreve o manual não entende do riscado.
Podemos esperar outros problemas (diferentes) daqui para frente, particularmente com o loteamento do Ministério das Minas e Energia.
Por quanto tempo o governo pensa que as estruturas agüentarão se na voracidade por cargos cada vez mais os técnicos de carreira de nossas instituições públicas e semipúblicas estão sendo relegados aosegundo plano.
Já escrevi isto e repito. Quando um incompetente é nomeado para um cargo, raramente aceitará indisciplina entre seus comandados.
Já vimos isto até na indústria privada. O filho, sobrinho ou afilhado do Presidente recebe uma gerência.
Com raras e honrosas exceções imediatamente sente que precisa imprimir algo que seja seu naquela estrutura. Ordena as medidas que lhe aprouver. Se algum de seus comandados tecer considerações contra o que está para ser feito cairá em desgraça. Será promovido quem aplaudir mais alto.
Em indústria ou comércio mais cedo ou mais tarde os erros aparecerão. Com sorte antes de ocorrerem danos irreversíveis.
Mas na coisa pública, e mais ainda, numa corporação gigantesca as coisas levam tempo para aparecer ou até são permanentemente mascaradas.
Poderia-se dizer que estes nomeados devem ser suficientemente inteligentes para deixar ficar aquilo que está correndo bem. Mas não é por nada que uma empresa tem administradores, economistas ou engenheiros. Tem esses profissionais porque as coisas mudam.
lguma coisa sempre está acontecendo que torna obsolescente algum aspecto da estrutura. E alguém precisa propor as mudanças e as chefias terão de aprovar as mudanças.
E nesta altura poderão interferir muitos fatores. Desde o “ego drive” do chefe nomeado politicamente, tomando uma decisão para mostrar quem manda, até a escolha de prestadores de serviços também política ou a falta de um homem chave que foi designado para alguma área diferente por ter sido percebido como rebelde pelo novo cacique.
Alguns anos atrás, não sei mais em que governo, caciques políticos decidiram manipular o preço internacional do café. Chamaram os operadores tradicionais do IBC e da Cacex de medrosos e tímidos. Ao fim da aventura só restou tinta vermelha a ser coberta pelo tesouro.
O mesmo aconteceu com a tentativa de uma Trading Co. do governo de operar com carne para a Nigéria. Uma trading particular, Cotia Trading, criara um bom negócio, com distribuição própria e eficaz dentro da Nigéria. Cresceu o olho dos burocratas de uma trading governamental. Agiram com rapidez, criaram nova estruturas, nasceram com a grandeza de quem tem a chave do tesouro, não conheciam nem o mercado produtor nem o mercado de destino. Perderam fortunas e atrapalharam os negócios da Cotia.
Coisa de burocrata poderoso.

3 comentários:

Anônimo disse...

O vice presidente é empresário e muito rico, acaba de ganhar isenção de imposto para sua empresa;nada tenho contra ele ser rico, por mim ele seria ainda mais rico que Creso.
O que eu gostaria de ver era ele nomear algum petista para gerir alguma de suas empresas. A Coteminas por exemplo.

ma gu disse...

Alô, Ralph.

Marreta acertou todas no cravo. Pode-se dizer o que quiser do vice, menos que ele seja tolo para fazer uma estroinice dessa...

Dentro do sentido de seu post, há muito poucos exemplos onde a seqüência de direção para os filhos e netos não tenha afundado as empresas. Uma das raras exceções parece ser o grupo Votorantin.

Ralph J. Hofmann disse...

Acompanhei muitos casos destes em SC e no RS. Infelizmente o não seguem a norma da família Rothschild que identifica os bons administradores e tenta saber o que os outros gostariam de fazer, quais seus pendores, para depois facilitar o acesso a estas atividades.

Um dos maiores empresários do Brasil observou por alguns meses um sobrinho por casamento na emresa. Após isto chamou o para o lado, e disse: Ësta não é tua praia é?

E o cara disse "POis é tio".
"Então ficas um ano recebendo e vais para a Europa indentificar algo que queres faze".
O sujeito voltou e com a juda do tio criou uma rede de minicervejarias para o que tem verdadeiro talente.
O cilindro tem de entrar no buraco redondo, não no quadrado.