4 de fev. de 2008

A polícia militar do Rio faz o que quer

A insubordinação dos oficiais da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, iniciada na semana passada após a destituição do comandante-geral, coronel Ubiratan Ângelo, por não ter punido colegas de patente, que reivindicavam melhores salários e condições de trabalho para a corporação, e entrado em rota de colisão com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame (foto),
e com o próprio governador do Estado, Sérgio Cabral, é mais um episódio de uma crise de efeitos moralmente corrosivos, que há muito tempo vem comprometendo a eficiência, a autoridade e a imagem da instituição.
A crise vem de longe e é estrutural, tendo sua origem na degradação dos salários da corporação. Em 1980, jovens oficiais de baixa patente da PM chegaram a cercar o Palácio Guanabara e a furar os pneus do carro oficial do governador Chagas Freitas, reivindicando equiparação salarial com o Exército. Quase três décadas depois, alguns dos protagonistas daquele protesto são os oficiais que hoje estão liderando a insubordinação. A diferença está no fato de que agora eles se encontram no topo da carreira, ocupando os principais cargos de comando da instituição e exigindo equiparação salarial com os vencimentos dos policiais civis.
Em solidariedade à demissão do comandante Ubiratan Ângelo, 45 coronéis pediram exoneração de seus postos. Até os oficiais responsáveis pelas unidades médicas da PM se demitiram. Mais grave ainda, a maioria dos subcomandantes indicados pelo Estado Maior para substituir os demissionários recusou a nomeação e, na quarta-feira, pelo menos quatro batalhões decidiram não sair às ruas, deixando a população, em suas áreas de atuação, sem policiamento

Leia a matéria em O Estado de São Paulo.

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